Espelho, rodapé maior e até parede escura dão espaço a apartamento de 52m²
Os 52m² da planta parece que ficam para trás quando a arquitetura entra para trazer espaço ao apartamento no bairro Tiradentes, em Campo Grande. O residencial não foge do comum, é pequeno como a maioria das obras recém entregues e tem um ponto crucial: a estrutura de bloco de concreto não permite quebrar paredes. O jeito é trocar piso, pintar, revestir e iluminar.
Apartamento é para um jovem solteiro e que mora sozinho. O pedido aos profissionais do escritório MOB Arquitetos foi para que o projeto fosse algo moderno e diferente. E assim que os dois quartos, sendo uma suíte, banheiro, cozinha, sala e lavanderia do apartamento do analista de sistemas foram ganhando a cara dele.
"O grande diferencial é que ele não podia quebrar parede. No teto, usamos um forro de madeira para não usar o gesso. Passamos a fiação por cima para instalar os trilhos eletrificados", explica o arquiteto Rodrigo Makert, de 27 anos.
Como o dono do apartamento já tinha alguns quadros, o projeto deu movimento à luz de modo que ele quem controlasse para onde iria a iluminação. O piso, de quando a obra foi entregue, foi substituído por um que imitasse concreto, assim como a textura das paredes.
Ao invés do papel de parede, o arquiteto preferiu usar o revestimento que faz referência ao concreto, mesclando com uma parede em tom azul escuro. Bem escuro. "Muita gente tem medo, acha que vai fechar o ambiente", comenta Rodrigo. No entanto, o cantinho da sala onde ficou a mesa de jantar ganhou destaque. O tom carregado da cor não está sozinho e divide espaço com o espelho, truque clássico na hora de ampliar ambientes.
A bancada que separa cozinha da sala só ganhou granito e tamanho. O projeto a deixou completa, ou seja, ela passou a fechar até o piso. "Tanto para o café da manhã, uma refeição rápida, quanto receber amigos", explica o arquiteto sobre a funcionalidade da bancada.
Na cozinha, como a parede da frente já era azul, o arquiteto usou o amarelo. Rodrigo explica que a escolha foi para quebrar um pouco e porque cores quentes deixam os ambientes mais confortáveis. Em uma das paredes, um revestimento em formas geométricas brinca com a textura e quebra um pouco a seriedade da casa.
Uma porta de vidro que separa área de serviço da cozinha foi colocada para dar mais espaço a quem se aventura no fogão. Do lado de lá da porta, a lavanderia se restringe ao tanque, máquina de lavar, varal e tábua de passar roupa.
Na sala, além do espelho, o rodapé maior contribui para ampliar o espaço. Como o apartamento ser pequeno, o arquiteto explica que os pisos podem ser recortados e reaproveitados entre os cômodos. Uma boa ideia foi de manter a linguagem geral do apartamento como um todo também nos quartos e banheiros. Uma forma de até economizar, por se tratar da mesma mão de obra.
O banheiro que compõe a suíte é bem pequenininho, mas uma faixa de espelho que vai da pia até acima do vaso sanitário também dá a impressão de amplitude. O projeto levou em torno de 3 meses para ficar pronto e custou uma média de R$ 25 mil.