Jabuticabeira é o centro das atenções em jardim que divide a área gourmet

Ser a última casa da rua sem saída é o que dá o ar de condomínio fechado à residência no bairro Bela Vista, em Campo Grande. Dos mais de 800 m² de terreno, metade são de área construída que se divide entre a casa e o espaço gourmet. E o que faz essa divisão? O belo jardim da piscina – solução perfeita da soma entre o verde e a água.
Projeto das arquitetas Eloisa Vicari e Liana Godoy - sócias há mais de 20 anos – quem mora ali é um casal que já é avô, que gosta muita de jardim e trocou o apartamento por uma casa onde pudessem estar mais em contato com a natureza. Além do verde exuberante, o pedido deles às profissionais era de criar espaços para receber e atender toda a família em festas e churrascos.
O pé de jabuticaba que se vê tanto da casa, como do espaço gourmet, veio transplantado de outro terreno. “Ele ia ser desaterrado, o jardineiro viu, tirou e levou ele inteiro para lá”, conta Eloisa. Já existia a ideia de ter uma árvore ali, não necessariamente a jabuticabeira, mas um ponto que dominasse o jardim. “Acaba que de todos os ângulos que você olha, ele aparece”, completa Liana.


O jardim de 150m² ocupa a função de separar casa e espaço gourmet. A distância entre um e outro é de 11m. Característica diferente da maioria dos projetos, onde a arquitetura costumar os integrar. “Foi um pedido deles, por conta de atenderem um grande número de pessoas, a festa pode acontecer independente da casa. Não é tão usual, mas para quem tem espaço, é bacana”, explica Eloisa.
Uma piscina tradicional não estava nos planos. O que a família pensava era em ter um elemento de água, onde os netos também pudessem brincar e que no dia a dia, fosse mais decorativo.
“Então a gente fez uma piscina espelho d’água. Não é uma raia, porque não tem cumprimento suficiente, mas a ideia não é a de nadar e sim um local para refrescar as crianças e ter o elemento água no paisagismo”, descrevem Eloisa e Liana. Só ali, são 14m².
Como decoração, a piscina foi revestida de pedra natural na cor verde água, tendência da arquitetura hoje. “Ela dá uma característica mais natural e quando o orçamento permite, evitamos as pastilhas, os revestimentos cerâmicos para trabalhar mais com elementos naturais”, explicam Eloisa e Liana.

Para nascer o paisagismo convidativo aos olhos são necessárias duas etapas: a primeira delas prevista pelas arquitetas. “É o que a gente chama de parte construída, que são os muros, a piscina, a ducha. É determinar onde é piso, onde são os caminhos e a segunda etapa vem a ser o plantio de espécies vegetais”, diferencia Eloisa.
Como a dona da casa tem muito carinho pelo jardim, as plantas agregaram beleza ao projeto com a jabuticabeira, duas palmeiras e ainda lágrima de cristo como trepadeira e buchinhos, além de flores.
“Um jardim funciona 90% por conta do dono dele. Se a pessoa não liga, não vai ter cuidado e o cuidado é a manutenção, verificar quando precisa adubar”, atentam as arquitetas.
Se de dia, o verde fica em evidência com a claridade do sol, à noite o jardim da piscina fica ainda mais bonito. O projeto de iluminação técnica permitiu às arquitetas de conseguirem um efeito de iluminação cênica de forma a valorizar as plantas.
O uso da área acaba sendo diário. Seja pelos netos ou pela própria contemplação do casal. “Eles usam, porque é inerente. A sala é aqui. Não tem como pelo menos você não interagir visualmente”, resumem.
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