Na periferia, fábrica de ladrilhos é ponto para quem quer exclusividade em casa
Na periferia de Campo Grande, uma fábrica funciona para dar alma aos espaços. No bairro Guanandi, a produção de ladrilhos hidráulicos é quase caseira. Em uma casa simples, sem nenhuma sofisticação, as peças com cara de raridade saem aos montes,
São desenhos comuns em centros antigos e locais “tombados”, mas que na Arquitetura hoje são o charme em meio a padronização estética.
Quase extintos, os ladrilhos encantaram os olhos do geógrafo Luiz Carlos Zaparolli, de 56 anos e então ele decidiu apostar no mercado, que na época não era nada promissor, contrariando os amigos e a família. “Me chamaram de louco, mas me encantei, vi lucro, vi futuro”, explica.
Deu certo. São 7 funcionários que produzem de 7 a 10 metros do piso por dia, tudo feito manualmente. O único produto industrializado é o cimento, afirma Luiz, “Aqui tudo é ecologicamente correto”.
A mais nova, Luane Rodrigues, tem apenas 19 anos, e já aprendeu o oficio com o avô. “Aprendi há pouco tempo e é muito delicado, precisa ter paciência para dar certo”.
São 0,5 cm de cimento pigmentado e prensado. Luiz conta que além do visual, os ladrilhos não têm validade, enquanto a cerâmica dura em torno de 5 anos, eles são para a vida toda. Outro ponto é que o cimento consegue absorver a água e não impermeabiliza o solo.
Em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, as peças são vendidas a R$ 8,00 e a cada cor acrescentada é cobrado mais R$ 8,00. Em Campo Grande, o ladrilho é vendido a R$ 3,00 e cada a cor a mais são cobrados outros R$3,00.
Ele explica que a criação de como serão os desenhos das peças deve ser feita por um arquiteto ou decorador.
A fábrica fica na rua Ibicaré, 52, lote I, no Guanandi.