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Artes

Agripino, mestre da viola de cocho, completa 100 anos e ganha festa em Corumbá

Comemoração ao centenário vai ser na sede do Moinho Cultural na cidade branca.

Willian Leite | 11/06/2018 13:45
Com direito a documentário, seu Agripino vai ter festa surpresa com apresentações das crianças que ensinou a produzir o instrumento tipicamente pantaneiro (Foto: Acervo Moinho Cultural)
Com direito a documentário, seu Agripino vai ter festa surpresa com apresentações das crianças que ensinou a produzir o instrumento tipicamente pantaneiro (Foto: Acervo Moinho Cultural)

O centenário do mestre da viola de cocho, um dos símbolos de Corumbá, ganha festa merecida hoje em Corumbá. Agripino Soares de Magalhães completa 100 anos nesta segunda-feira e será homenageado por alunos e amigos, com direito a bolo, danças, parabéns e apresentações no Moinho Cultural. A homenagem preparada pela instituição começa às 17h, na sede do Instituto.

Na ocasião também será lançado o documentário “Mestre do Saber”, que retrata a vida do homem simples, dedicado a preservar a arte popular tradicional da região pantaneira. O material foi gravado durante uma oficina de audiovisual do Festival América do Sul deste ano, pelos alunos do Moinho, com 15 minutos de duração e direção de Alexander Carlos.

Desde 2004, Agripino ministrava oficinas de danças como o siriri e fabricação de violas de cocho, mas por conta da saúde debilitada, hoje não dá mais aulas. Segunda a diretora executiva do Moinho, Márcia Rolon, o centenário não poderia passar sem uma grande celebração. “Este ano o diferencial é que ele chegou aos 100 anos e conseguimos realizar o sonho de registrar parte dessa bela história de dedicação e ensino”, declara.

Outro feito importante para a cultura de Mato Grosso do Sul, graças ao trabalho dele, foi o registro da viola de cocho em 2005 como patrimônio imaterial no livro de Saberes dom IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

O mestre violeiro que durante 14 anos ensinou as crianças do Moinho, hoje não frequenta mais o espaço, mas segundo a neta Sílvia Magalhães Baracat, 31, o avô sempre repete que está bem e que os 100 anos foram muito bem vividos “Por mais que esteja com a saúde sensível por conta da idade avançada, ele sempre faz questão de dizer que vida longa é resultado de comer e dormir bem”, Acrescenta.

Presença ilustre confirmada para comemorar os cem anos do velho amigo é a do seu Sebastião Brandão de Ladário, que também fabrica vila de cocho e é considerado maior cururuzeiro da região, outra dança típica da pantaneira.

Agripino Soares de Magalhães, nasceu em 1918, em Várzea Grande, no Mato Grosso, aposentado como estivador (trabalhador responsável pelo transporte de cargas em navios), Agripino vive hoje no bairro Cervejaria, junto com a esposa Maria Madalena Magalhães, de 88 anos.

Com mais de 70 anos de casado, Agripino tem 12 filhos e mais de 30 netos e bisnetos.

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