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Artes

Amigas oxigenaram cultura do interior com diálogo e arte

Espaço fechou as portas por causa da pandemia, mas Rejane faz cultura chegar às pessoas em forma de decoração e poesia.

Thailla Torres | 05/05/2020 08:15
Idealizadoras do Alameda Cultural em Nova Andradina. (Foto: Aline Teodoro)
Idealizadoras do Alameda Cultural em Nova Andradina. (Foto: Aline Teodoro)

Um espaço chamado Refúgio que abrigou o projeto Alameda Cultural, criado por mulheres empoderadas, se tornou um espaço de acolhimento, de diálogo e de luta. Era o espaço de resistência cultural e política de Nova Andradina, a 297 quilômetros de Campo Grande, até pouco tempo.  E hoje ele fechou as portas devido à pandemia.

É com lágrimas e muita saudade que uma das proprietárias, Rejane Trindade, de 29 anos, fala do lugar. Que não só transformou a rotina de jovens do interior que buscavam por diversão, mas garantiu espaço para discussões com liberdade e entrada gratuita para quisesse compreender o que é união.

Numa construção da década de 80, o Refúgio virou ponto de referência para encontro de pessoas. A ideia de Rejane e as amigas Aline Teodoro, Bárbara Ballestero, Cristhiany Nogueira e Letícia Ribeiro foi motivar uma cidade conservadora como Novo Andradina a ter um novo olhar.

Em prédio dos anos 80, eventos culturais eram realizados mensalmente. (Foto: Aline Teodoro)
Em prédio dos anos 80, eventos culturais eram realizados mensalmente. (Foto: Aline Teodoro)

O lugar reuniu arte, música, brechó, tatuagem, rodas de conversa, debates políticos e muito empoderamento feminino. Além disso, os eventos que ocorriam no local contribuíam para a manutenção do prédio alugado.

“A construção do projeto foi de modo muito intuitivo, era muito do que a gente queria ter na nossa cidade. Nasceu da vontade de discutir. Também inspirada em Belchior que escreveu ‘amar e mudar as coisas me interessa mais’. E foi assim que construímos nosso espaço”, explica Rejane.

Com a pandemia e a recomendação de isolamento social, este ano Rejane se viu sem saída. “Não tinha como manter o refúgio sem os eventos que faziam parte dele. Desde dezembro eu estava sozinha como responsável, em março já senti a diferença com as notícias sobre a pandemia. E sem saber quando as pessoas poderão se aglomerar novamente, eu decidi fechar. Nesse tempo, quero pensar, planejar e contribuir com outros espaços de resistência, e pensar o que pode ser feito daqui para frente”.

Hoje projeto chega às pessoas por meio de decoração e poesia. (Foto: Rejane Trindade)
Hoje projeto chega às pessoas por meio de decoração e poesia. (Foto: Rejane Trindade)

Mas para manter o trabalho e o orgulho da união entre cinco mulheres, Rejane permanece com as características do Refúgio em forma de decoração, com a lojinha virtual Cacarecos, que vende quadros e plaquinhas com mensagens poéticas, políticas e “outros desejos revolucionários”, como ela define.

“O refúgio e a Alameda são projetos que eu tenho muito orgulho. Com eles tive uma experiência muito bacana do que é coletivo, entendi a importância da organização em grupo, do discurso de união e do quanto as mulheres conseguem transformar o mundo quando estão juntas”.

Quem quiser conhecer mais sobre a Cacarecos e adquirir as plaquinhas pode seguir o perfil no Instagram (clique aqui). Ou saber mais da Alameda Cultural aqui.

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