ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 25º

Artes

Após 24h de ocupação, artistas esperam prefeito e convocam para carreata

Paula Maciulevicius | 04/03/2015 10:28
Guarda Municipal permanece no local. (Foto: Marcos Ermínio)
Guarda Municipal permanece no local. (Foto: Marcos Ermínio)

Já são 24h de ocupação por parte dos artistas à sede da Fundac (Fundação Municipal de Cultura). Em assembleia na manhã de hoje, eles decidiram por deixar o espaço em carreata e, não mais em marcha, até a audiência que será realizada às 17h na Câmara de Vereadores.

Não houve expediente na Fundação e apenas o guarda municipal lotado ali e um mirim foram trabalhar. O presidente do Fórum Municipal de Cultura, Ayrton Raes Fernandes, sustenta que em momento algum houve proibição da entrada e saída de funcionários.

"Para a segurança dos dois lados, a gente chegou e falou que ia ocupar e quem quisesse, fechava as portas até para depois não acusar a gente de nada. Tivemos muita preocupação diante disso. Mas em nenhum erro proibimos", afirmou.

Para a audiência, eles devem deixar a Fundac às 14h em carreata com faixas nos carros.
Para a audiência, eles devem deixar a Fundac às 14h em carreata com faixas nos carros.
Madrugada teve divisão de turnos para fazer segurança e vigia até a manhã de hoje.
Madrugada teve divisão de turnos para fazer segurança e vigia até a manhã de hoje.

Os artistas ainda aguardam uma resposta por parte da Prefeitura Municipal que seria dada nesta manhã, antes da audiência. "Cadê o retorno? Eles ficaram de conversar o prefeito, a presidente da Fundac e o secretário de Finanças e eles ficaram de nos dar uma resposta", expõe o ator e diretor de teatro, Vitor Samúdio.

Cerca de 50 artistas passaram a noite na sede da Fundação. Eles se revezaram em turnos para garantir a segurança do grupo. Durante a madrugada, guardas municipais entraram na sede, mas não houve qualquer confusão.

Para o café da manhã, houve a doação de amigos e também de vizinhos da Fundac. "Uma senhora trouxe queijo e todinho", comentou Ayrton. Ainda no decorrer do dia de ontem, os moradores apaludiam a manifestação e chegaram a estender toalhas e lençóis brancos nas sacadas e também apagar as luzes em apoio ao movimento.

Segundo os artistas, diálogo se resumiu à saída dos artistas da Fundac. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo os artistas, diálogo se resumiu à saída dos artistas da Fundac. (Foto: Marcos Ermínio)

Além da discussão em cima da aplicação do 1% para a cultura, o pagamento dos fundos de incentivo e dos cachês em atraso, o grupo também aproveita para discutir as experiências de cada um. "A gente queria reunir, discutir, produzir conceito, saber como vocês fazem para produzir, para se manter. Tem uma galera veterana já neste caminho", comentou o ator Anderson Lima.

Para a audiência, eles devem deixar a Fundac às 14h em carreata com faixas nos carros. Toda logística de apoio para o trânsito será solicitada nesta manhã. O grupo faz outra assembleia às 13h de hoje para fechar um balanço da movimentação.

Por enquanto, segundo os artistas, o diálogo por parte da Prefeitura se resumiu apenas à saída deles do prédio. "Eles querem discutir a nossa saída e não as reivindicações. A Fundac proibiu a gente de trabalhar o ano inteiro, não foi só um dia", ressaltou o ator Mauro Guimarães.

A Prefeitura mantém o posicionamento de que considera importante a pauta de reivindicações apresentadas e reconhece a legitimidade dos movimentos, mas que não compactua com invasões e atos de confronto e que por isso optou pelo diálogo. Sobre as reivindicações do grupo, a Prefeitura esclarece que neste primeiro trimestre a prioridade é manter o custeio da máquina administrativa, dos serviços públicos e, inclusive, a Cultura, buscando cumprir as metas ao longo do primeiro semestre de 2015.

De acordo com a Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle, no ano passado foram pagos cerca de R$ 400 mil em cachês e eventos que estavam atrasados. Neste ano, até o final de março, há previsão de mais pagamentos, no valor de R$ 87 mil.

Eles ainda sustentam que se não for possível uma saída negociada e que "vão usar dos meios legais para garantir a reintegração de posse para que a Fundação possa voltar à normalidade e continuar trabalhando para desenvolver a Cultura no município".

Nos siga no Google Notícias