Das brincadeiras com fogo ao desespero: as fotografias do ano

Encerrando as retrospectivas de 2024, não poderiam faltar os olhares dos fotógrafos que integram o Campo Grande News. Para eles, as imagens mais marcantes do ano envolveram desde festas tradicionais, formaturas emocionantes e casos fortes na Justiça.

Abrindo a retrospectiva fotográfica, Henrique Kawaminami conta sobre uma viagem feita a Porto Murtinho para recontar as histórias envolvendo as promeseras e o Festival de Toro Candil.

"Em Dezembro tive o privilégio de conhecer e acompanhar o esforço e empenho em conjunto para que a festa do Toro Candil aconteça. Visualmente espetacular, deixam a foto "viva", colorida, somada a história das promeseras e sua dedicação deixa a festa muito maior em Porto Murtinho", descreve o fotógrafo.

Sua terceira fotografia escolhida retrata um dos casos envolvendo os estragos causados pelo rompimento da barragem do Nasa Park.

"Após o rompimento da barragem do Nasa Park fomos em algumas casas alagadas e uma dessas residências foi a de Rogério e seu filho Igor. Totalmente coberta de água e lama, com total prejuízo material, ainda sobrava o sentimento de gratidão, por não ter sido uma vida tirada ali.

Essas fotos dos estragos, da altura água chegou, me fez lembrar que diante da natureza somos muito pequenos, mas ainda assim fortes, pois como Rogério e Igor vamos continuar a sobreviver e dar a volta por cima", descreve Henrique sobre seu 4º registro.

Já em sua último fotografia, ele cita a dor de uma uma avó após perder o neto assassinado pela própria mãe. "Talvez ainda sem acreditar o que aconteceu, Angelita conversava sem muitas expressões, sem forças ou não querendo acreditar. Apenas a dor de ter que enfrentar a realidade. 'Peço por justiça porque uma mulher dessa que é capaz de matar o filho é capaz de matar qualquer pessoa, espero que ela nunca mais saia da cadeia'.", completa Kawaminami.

Na seleção de Juliano Almeida, o caso da pequena Sophia divide espaço com a criatividade de um pedreiro construtor de guitarras.

"A criatividade não tem idade, classe social e sim ela flui.  Senhor Manuel, um pedreiro de formação, mesmo após um dia cansativo de trabalho em obras, ele tira um tempo para exercitar a criatividade e criar guitarras artesanais havaianas. A foto retrata as mãos calejadas do tempo e idade, seus 70 anos e também a sua obra artesanal", descreve Juliano sobre sua primeira escolha. 

Seu segundo registro foi realizado na formatura dos Bombeiros Militares e o marcou pelo sentimentalismo. "A emoção falou mais alto diante do encontro da avó com neto que acabara de se formar soldado. Ela, em um gesto simples, acaricia o rosto do neto e o abençoa por sua conquista".

Por último, um dos casos mais emblemáticos do ano: tribunal do Caso Sophia. "Diante de tal tragédia de sua filha, os pais de mãos dadas e bastantes emotivos. Mesmo não tendo a pequena Sophia de volta, ouvem a sentença final para os réus (mãe e padrasto da Sophia), condenados total a 52 anos".

Encerrando a listagem, Paulo Francis une o trajeto até Bonito, a tristeza em ver rios secando e a tragédia cotidiana da pobreza.

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