Do papel nascem inspirações atrevidas que Lary usa para tatuar
Jovem trabalha em diferentes materiais para se expressar, mas foi desenhando na pele humana que se encontrou – até com a maquiagem
Laryssa pratica o desenho desde que se entende por gente, mas só foi há dois anos que começou levar mais a sério a profissão de tatuadora. Artista curiosa e – em suas palavras – uma eterna "atrevida aprendiz", a moça de 32 anos faz da arte da tattoo sua tela de pintura, com resultados que fogem ao traço mais comum: tem cor, tem abstração, tem sentimento e uma pitada de "algo a mais" na pele pintada.
"Geralmente quem vem até a mim de alguma forma se identifica com o que eu faço. É uma coisa de feeling, sabe? A pessoa tem que bater o olho e já gostar de cara. Pra mim é mais fácil quando vem com uma ideia subjetiva ou no intuito de fazer uma homenagem, aguço melhor a criatividade. Nesses casos, meu trabalho é quase que uma tradução de sentimentos", considera Laryssa Lya Martins Escobar, a Larys.
"Até mesmo para que só tem interesse em fazer adornos, sempre tento colocar um 'conceito' a mais que considero bonito. Talvez faço isso mais pra mim mesma, é que não consigo desatrelar a arte da visão do artista", admite.
Nos desenhos, Larys se baseia em questões que ainda não consegue responder, mas que tenta pelos diferentes tipos de "pintura". Flores, pássaros, insetos, rostos femininos e muita abstração já passaram pelas mãos da artista, que entende o porquê por trás das temáticas.
"Detesto coisa engessada! Tudo isso é apenas a minha percepção da realidade, uma pluralidade de temas com diferentes pontos de vista, fora que a natureza em seu aspecto de perfeição e fluidez me inspiram recorrentemente. Eu gosto muito de provocações, e acho que a arte tem esse papel fundamental de gerar novos questionamentos. O que me toca a alma é no fim o que mais me move".
Misturando traços, densidades, texturas, diferentes técnicas e até materiais para experimento, Larys Escobar diz que ainda tem muito chão pela frente enquanto tatuadora, mas que anda se divertindo no processo. E não é só pelas tattoos que ela vem praticando na pele dos clientes, mas também pela maquiagem artística.
"A pele tem muito mais limitações e variáveis que o papel. Porém, considero ser bem mais legal e desafiador justamente por desenhar em uma pessoa. Nesses últimos dois anos, o que eu percebi é que uma mesma arte que faço no papel, na parede, numa tela ou até mesmo pelo digital, costuma ser menos valorizada para quem consome a arte do que pela tatuagem".
Confira mais do trabalho de Laryssa em seu perfil @larys_escobar.
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