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Artes

Em Noite da Poesia, como avaliar o cenário cultural e artístico de Campo Grande

Mariana Lopes | 17/09/2017 07:25
Terça das Quintas abriu a Noite da Poesia
Terça das Quintas abriu a Noite da Poesia

Com o teatro Dom Bosco lotado, a 29ª Noite da Poesia celebrou mais uma edição com poetas de todo o Brasil. O tradicional concurso de poesias teve mais de 200 inscrições. Em meio a declamações de textos de Ferreira Gullar, o evento começou ao som do grupo Terça das Quintas e encerrou com a palestra da filósofa e poetisa Viviane Mosé, que foi muita bem recebida pelo público.

A noite foi de festa, com artistas de vários segmentos reunidos, mas também de questionamentos. "Como está a arte em Campo Grande?"

O resultado do concurso de poesias deste ano mostrou um número bastante grande de jovens poetas, figuras ainda não conheidas em Mato Grosso do Sul, mas que buscam um lugar ao sol. "A todo ano, percebemos o aumento na qualidade dos trabalhos inscritos, ficando ainda mais acirrado por ser para todo o Brasil. Mas falta mais incentivo nesta área, falta expandir isso para as escolas", afirma o presidente da UBE (União Brasileira de Escritores), André Luiz Alvez.

Neste mesmo contexto, Alvez insiste na questão de que falta arte principalmente nas escolas da periferia de Campo Grande. "Esta inclusão social precisa ser feita, tiraríamos a marginalidade, as odas de crimes, suicídios, tudo isso a poesia pode salvar", reforça Alvez.

A secretária de Cultura e Turismo de Campo grande, Neide Brum, trouxe outro viés do cenário cultural e chamou a sociedade civil a ser protagonista nesta luta, e pontua que as ações paradas são por decorrencia de que a secretaria precisa ser organizada. 

"Nós precisamos chegar aos jovens, chegar às escolas, nos bairros. mas nesta éra digital, precisamos ser criativos, para que possamos usar as ferramentas", pontua Neide.

A palestrante da noite, a filósofa Viviane Mosé, também se posicionou em relação ao lugar da arte e afirmou que precisamos quebrar paradguimas. "O menino que está sentado na hora do recreio tocando violão é reprimido, a sociedade não considera a arte como meio de vida", alerta Viviane.

Na palestra que ministrou na noite de ontem, Viaviane ressaltou a arte do corpo a corpo e não apenas do vício das redes sociais, que afasta ao invés de aproximar. "O mundo virtual nos tirou o corpo, a gente é muito pensamento, imagem,então por que nos temos artes, mas continuamos nos matando. O que está havendo? Falta a presença", ressaltou Viviane ao encerrar sua fala.

O que todos concordam é que ainda falta o efetivo de levar mais arte para toda a população em geral. Pois uma questão central que ninguém há de discordar é que a arte ainda é o melhor caminho para se chegar ao coração.

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