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Artes

Eterno irreverente, Raul Seixas traz saudade mesmo em pandemia

Quarentena e distanciamento social não impediram lembranças dos fãs do maior ídolo do rock brasileiro, cada um em suas casas

Raul Delvizio | 21/08/2020 06:12

No dia em que se celebra o rei do rock nacional, nada mais adequado do que apropriar um pouco de sua conhecida irreverência para iniciar este texto em tom de brincadeira: escrito por um Raul a falar do grande Raul. Baiano de nascimento, Seixas morreu no dia 21 de agosto de 1989, a exatos 31 anos atrás. Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, alguns campo-grandenses não deixaram a data na gaveta.

Moscas de Bar (Sérgio "Cabelo" Oruê na voz e violão, Alex Kundera na bateria e Ádria nos teclados) em apresentação no Sesc Morada dos Baís. (Foto: Reprodução/Facebook)
Moscas de Bar (Sérgio "Cabelo" Oruê na voz e violão, Alex Kundera na bateria e Ádria nos teclados) em apresentação no Sesc Morada dos Baís. (Foto: Reprodução/Facebook)

"Raul é bom pra caramba. O som, as composições, as letras. Ele falava de nós mesmos, do cotidiano, das pessoas, que às vezes pode ser bem banal. Mas mesmo assim, naquela época de censura, precisava ser dito", comenta Sérgio Oruê, o "Cabelo" vocalista do Moscas de Bar, banda cover Raul Seixas há 27 anos. "No começo fazíamos tudo igualzinho, porque gostávamos do som tal qual Raul e sua banda tocavam. Mas com o tempo, fomos adaptando, inovando na musicalidade".

Fã de carteirinha – A advogada Daiane Centurion assegura que nunca perdeu um só show tributo do rei do rock aqui na Capital. "Já fui até sozinha, mas acaba que sempre encontro conhecidos. Gosto de ficar na frente do palco, cantando, dançando, curtindo". Daiane conta que tudo começou pelo seu pai, que tinha uma coletânea de literatura esotérica, inclusive uma fita gravada com algumas músicas sucesso de Raul. "Me apaixonei. Comecei a unir os dois assuntos, metafísica e música. E Raul tinha tudo a ver, era um cara visionário".

Daiane Centurion segura seus vários itens de sua coleção em homenagem à Raul Seixas. (Foto: Arquivo Pessoal)
Daiane Centurion segura seus vários itens de sua coleção em homenagem à Raul Seixas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com os anos, ela montou sua própria coleção de artigos que celebram a existência do mestre baiano, com camisetas, relógio de parede e outros acessórios. "Até um bonequinho feito de biscuit já ganhei da avó de um amigo meu".

A pandemia impossibilitou que homenagens presenciais acontecessem de fato, mas isso não foi motivo para não falar de Raul Seixas. "Ele acreditava que as pessoas são capazes de fazer qualquer coisa, que se viesse bem de dentro, as coisas iriam acontecer. As pessoas precisam mostrar mais o poder que elas têm". Como Daiane também acredita no ocultismo, segundo ela o coronavírus representa toda uma era de mudança. "De saber que o vírus tá por aí, de sentir esse lado negativo, mas também saber que já estava na hora de nos despertarmos interiormente para algo melhor", afirma.

Boneco de biscuit imitando o rei do rock nacional. (Foto: Arquivo Pessoal)
Boneco de biscuit imitando o rei do rock nacional. (Foto: Arquivo Pessoal)

Lado caseiro – É sabido que na história popular Raul Seixas propôs a chamada "sociedade alternativa", nome e tema inclusive de uma de suas composições, mas curioso é saber que essa faceta irreverente não fazia parte necessariamente do seu cotidiano mais pessoal. "Raul gostava mesmo era de ficar em casa e fazer música, em família. Ele nunca foi um cara de ficar fazendo show atrás de show", afirma Oruê.

"E por falar em show, gostaria de mandar um abraço seguro para todos os raulseixistas de Campo Grande. Quando tudo voltar ao normal, vamos fazer sim uma homenagem mais barulhenta", brinca o vocalista. Fica a expectativa para um "Toca Raul" mais agitado em 2021.

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