Há 5 meses, cerâmica é inspiração para Lu fazer colares diferentes
Produção de cerâmica em alta temperatura varia desde pratos a vasos até acessórios de beleza; confira as peças
Ao vermos uma peça em cerâmica, como uma xícara ou um vaso, não imaginamos a quantidade de preparos que existem para aquela peça ficar pronta. Os artesãos e artistas aventureiros da arte da cerâmica mostram que a persistência é uma das principais qualidades, acompanhadas da paciência, para um trabalho sair do forno como uma obra artística.
A jornalista Lu Bigatão trabalha com cerâmica há cinco meses e se especializou na produção de colares feitos com cerâmica de alta temperatura. “Sempre fui apaixonada por cerâmica. Quando me aposentei, resolvi começar o curso. É muito apaixonante porque você pode fazer sozinha, dentro de casa, e exercitar sua criatividade”.
A inspiração da jornalista para a cerâmica vem da própria natureza.
Suas peças, como árvores, folhas, flores e passarinhos feitos em traços delicados, corações coloridos em diversas estampas e até as mais abstratas, mostram a delicadeza da produção que resiste a 1200 graus de temperatura.
“Moro em chácara, temos um viveiro de mudas, também coleto sementes para plantar e vender. Gosto muito de colocar essa natureza nos meus trabalhos, é uma forma de eternizar aquela semente e aquela folha através do barro da cerâmica”.
Para pessoas que amam cerâmica, os colares produzidos através da arte são uma forma acessível e fácil de ter as peças. “É uma peça pequena, fácil de transportar e mais acessível. Os colares são a minha grande paixão”, ressalta Lu. “Nesse momento de pandemia, estamos precisando de alegria, de cor e de vida. Procuro trazer tudo isso para os colares”.
A própria arte de produzir a cerâmica em alta temperatura, segundo a jornalista aposentada, é uma atividade relaxante. “Você exercita sua criatividade, se desconecta dos problemas e das angústias. A cerâmica é uma fonte de inspiração e uma forma de não deixar o sonho morrer nessa época tão difícil”.
Recém-aposentada, Lu viu na cerâmica uma possibilidade de desenvolver novos aprendizados e exercitar de mais uma forma seu lado artístico, já que ela também é da área do Teatro. “Já passei dos 60 anos mas a gente nunca cansa de novos desafios. Estou montando um ateliê em Bonito e já tenho uma nova profissão na aposentaria”.
Lu aprendeu tudo o que hoje sabe com o ceramista, professor de cerâmica e designer, Mauro Yanaze, é certamente alguém que entende do assunto quando se trata de cerâmica. Mauro começou a trabalhar com a arte há 22 anos, quando fez um curso com a ceramista Neide Ono.
Para quem não conhece, Neide foi a artista plástica que idealizou e construiu o Monumento Carro de Boi, considerado Marco da Fundação de Campo Grande. Em 1996, a artista construiu o monumento que marca o verdadeiro local onde as famílias de migrantes mineiras chegaram na cidade, desbravando a região.
De lá pra cá, Mauro foi se especializando na arte da cerâmica em alta temperatura e hoje dá aula há mais de 20 anos. Seu trabalho, além de trazer a arte para a argila, utiliza materiais recicláveis para um trabalho mais sustentável. “Produto muitas cerâmicas com o caco de vidro, derretendo junto com a argila”, destaca.
Feitos em cerâmica de alta temperatura, o monge sorri com uma expressão serena, vestindo trajes budistas, e a freira, mantém uma expressão compassiva, com seu hábito religioso. As peças são marca registrada de Mauro há 17 anos, e é impossível ver os monges e as freiras em cerâmica e não lembrar dele. “O monge surgiu de uma releitura, e a freira, me inspirei no seriado ‘A Noviça Voadora’".
A arte em cerâmica tem possibilidades variadas de estilos, texturas, peças e produções, como vasos, pratos, artesanatos, colares e trabalhos decorativos.
A cerâmica é dividida de acordo com os processos de produção das peças. “A cerâmica feita em baixa temperatura é queimada em até 1100 graus. Já a de alta temperatura, acima de 1200 graus. Só trabalho com alta temperatura pois é uma queima mais artística, além das peças serem mais resistentes”, explica o professor.
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