ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 27º

Artes

História de professora vira livro, com mérito por "descobrir" Almir Sater

Em uma aula na década de 1970, ela ouviu do aluno Almir que queria ser músico

Aletheya Alves | 12/05/2022 14:46
Aline Figueiredo é figura de peso no cenário artístico de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. (Foto: Divulgação/Rodrigo Vargas)
Aline Figueiredo é figura de peso no cenário artístico de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. (Foto: Divulgação/Rodrigo Vargas)

Crítica de arte, escritora premiada, professora e fundadora de instituições artísticas, Aline Figueiredo, de 76 anos, é um dos nomes de maior peso da arte sul-mato-grossense e também do Mato Grosso, onde vive hoje. Entre seus encontros que formaram o cenário cultural da região, até a “descoberta” de Almir Sater é atribuída à ela.

Com o remake da novela Pantanal, uma das histórias de como o cantor se revelou na música surgiu novamente. Em narrativa contada por Aline, em seu livro biográfico, escrito pelo jornalista Rodrigo Vargas, ela lembra que apresentou o jovem Almir ao cenário musical campo-grandense, como professora.

Cena da novela Pantanal com Almir Sater e seu filho, Gabriel Sater. (Foto: Divulgação)
Cena da novela Pantanal com Almir Sater e seu filho, Gabriel Sater. (Foto: Divulgação)

Intitulado “O propósito de Aline”, o livro reconta o diálogo que aconteceu em meados de 1970 e que se tornaria uma memória importante retomada em 2022. Após ministrar uma de suas aulas no auditório do então Centro Educacional Lúcia Martins Coelho, em Campo Grande, Aline foi procurada por Almir, que era seu aluno.

“Eu gosto muito das suas aulas, professora, mas meu negócio é música, sabe? Você poderia me ajudar?”, o jovem teria dito. Direta, como continua ainda hoje, a professora se dispôs a ajudar Almir e combinou que ele iria conhecer “uma casa cheia de músicos”.

E, de acordo com o narrado em livro, foi assim que Almir conheceu a tradicional família Espíndola, composta por músicos e artistas, entrando no meio cultural da região. Na época, Aline era companheira de Humberto, pintor e desenhista.

Aline mora atualmente em Cuiabá e segue atuando com cultura. (Foto: Divulgação/Rodrigo Vargas)
Aline mora atualmente em Cuiabá e segue atuando com cultura. (Foto: Divulgação/Rodrigo Vargas)

Contando sobre seu histórico com o cenário artístico de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Aline argumentou que Almir foi apenas uma parte de sua longa história. Confirma que, de fato, conheceu o artista ainda jovem e que até apresentou a Nhecolândia, o levando à fazenda de sua família, no Pantanal.

E, destaca que, mesmo gostando do cantor e considerando que ele é talentoso, não irá passar seus dias falando sobre ele ou concordando que sua história gira em torno destes acontecimentos.

História de peso 

Tendo uma trajetória longa e de peso, a história de Aline foi recriada através das palavras do jornalista Rodrigo Vargas. Lançada em setembro do ano passado, a obra conta parte dos momentos da crítica de arte de forma cronológica.

Humberto Espíndola ao lado da então companheira, Aline. (Foto: Arquivo)
Humberto Espíndola ao lado da então companheira, Aline. (Foto: Arquivo)

Nascida em Corumbá, Aline foi responsável por realizar a Primeira Exposição de Pintura dos Artistas Mato-Grossenses de 1966, em Campo Grande. Fundou a Associação Mato-
Grossense de Artes, se formou em Direito, e ao lado de Humberto Espíndola, elaborou o projeto do Museu de Arte e de Cultura Popular em Cuiabá.

Parte do quadro técnico da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), ela implantou a Fundação Cultural de Mato Grosso, criou o Ateliê Livre, Salão Jovem Arte Mato-grossense e a Pinacoteca Estadual. Desde então, escreveu livros, continuou ministrando cursos e fomentando a cultura.

Conforme Rodrigo explica, o livro é uma introdução ao universo de Aline. “Não considero uma biografia porque para ser uma, precisaria ter uns quatro volumes”, explica.

Encantado com a professora desde quando a conheceu, o jornalista narra que a ideia de transformar a vida de Aline em livro surgiu em 2020 e foi viabilizado pela Lei Aldir Blanc. “Foi uma experiência fantástica conviver com ela. Fizemos encontros diários e que, às vezes, duravam o dia todo. O livro acabou se tornando uma pesquisa sobre a cena cultural que ajudou a constituir Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, diz.

Além de livro, vida de Aline se tornou documentário. (Foto: Divulgação/Rodrigo Vargas)
Além de livro, vida de Aline se tornou documentário. (Foto: Divulgação/Rodrigo Vargas)

Em conjunto com o livro, um documentário também foi dirigido pelo jornalista, mas ainda está sem previsão de lançamento.

Publicado pela Editora Entrelinhas, o livro está disponível clicando neste link. Já um teaser do documentário pode ser conferido abaixo.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Nos siga no Google Notícias