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Artes

Livro mistura romances e histórias de assombração e bruxas de Campo Grande

Lucas Arruda | 21/09/2017 08:05
Livro foi lançado no mês passado e mostra a história da Capital de forma lúdica (Foto: Marina Pacheco)
Livro foi lançado no mês passado e mostra a história da Capital de forma lúdica (Foto: Marina Pacheco)

Para as escolas passarem aos alunos a história de Campo Grande de uma forma lúdica e interessante, um grupo de artistas publicou o livro Ibirocai – Contos Ilustrados Sobre a Cultura Popular de Campo Grande.

São quatro contos, todos ilustrados e com fotos de pontos históricos, turísticos e da gastronomia local. A última parte do livro é a mais curiosa, dedicada a pequenos contos sobre personagens sobrenaturais famosos da Capital. “É a parte do livro que mais gosto, são histórias de assombrações, bruxas, entre outros seres do folclore daqui”, afirma um dos idealizadores do livro, o professor de arte Leonn Gondin.

O primeiro conto é sobre uma personagem que está conhecendo Campo Grande e descobre diversos lugares daqui, como a praça Ary Coelho, Feira Central, Obelisco e, por fim, no Museu José Antônio Pereira. “Ela vai a estes lugares com um taxista. A personagem acaba se apaixonando pela cidade e pelo taxista”, conta Leonn. Na escrita do conto, o autor tomou cuidado para que cada ponto visitado tivesse o trajeto mais curto, para funcionar até como um guia turístico para quem o ler.

A segunda parte vai foca o patrimônio imaterial de Campo Grande, nossas receitas típicas e iguarias que encontramos por aqui.

Uma senhora começa a se lembrar da vida a partir das ervas que utiliza em casa e dos pratos que come pela cidade. “Ela vai às barracas do Mercadão Municipal e pelo cheiro das ervas, como tereré, carqueja, unha de gato vai tendo as recordações com seu marido, que já faleceu. Depois ela está pela cidade e come o sobá, chipa e no fim passa a receita de sopa paraguaia para a filha. É como se estivesse passando uma tradição”, detalha.

Depois é a vez das festas tradicionais de Campo Grande terem destaque. A festa de Nossa Senhora de Cacupê, festa de São Benedito, festa de Santo Antônio, Bon Odori são o pano de fundo de uma história de amor entre um paulista e uma campo-grandense. “Eles vão a todas essas festas, por fim ele vira artesão e ela arte educadora”, relata.

Por último vem a fantasia. Bruxa, lobisomem, saci, mulher do táxi e outras assombrações que fazem parte do imaginário popular finalizam o livro. “Tudo é contado de uma forma para não assustar as crianças, fiz contação de histórias, é bem lúdico mesmo. Elas adoram”, ressalta Leonn.

O livro foi publicado no início do mês, mas é um projeto antigo do grupo de acadêmicos. “Na faculdade sempre fomos apaixonados pelo folclore sul-mato-grossense, e sentimos falta de registros sobre o assunto, ainda mais passar para crianças em sala de aula, eles não tem acesso à cultura daqui, por isso fizemos o livro dessa forma”, enfatiza o professor.

Mas não é só os baixinhos que gostam da história da Capital ser contada dessa forma. “Muitos adultos leram e gostaram bastante também. É uma linguagem diferente”, enumera.

No dia 27 deste mês haverá uma exposição que surgiu a partir da pesquisa do livro. Será no Centro Cultural José Octávio Guizzo, a partir das 19 horas.

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