Miss e Mister Indígena 2019 tem candidatos de dentro e fora das aldeias
Esta é a primeira vez, que uma índia transgênero participa do desfile; regulamento impediu sua concorrência com outras candidatas
A grande final do concurso Miss e Mister Indígena 2019, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, a 233 km de Campo Grande, acontece na noite deste sábado (27). Índios de duas aldeias da região sul e até de fora da reserva indígena da cidade foram selecionados para a disputa.
Cinco casais são moradores da Aldeia Bororó, outros cinco da aldeia Jaguapiru e 1 casal de jovens indígenas que residem fora da RID (Reserva Indígena de Dourados).
Concorrem ao título de Miss Indígena as jovens Katryna Malbem (18 anos, etnia Guarani, aldeia Bororó); Analice Cáceres Machado (18 anos, Guarani, aldeia Bororó); Thauany Pereira Machado (17 anos, Terena, aldeia Jaguapiru/Urbana); Tamara Fernandes Rolim (16 anos, Kaiowá, aldeia Bororó); Pamillis Benites Peixoto (17 anos, Guarani, aldeia Bororó); Letícia Morales Nunes (16 anos, Terena, aldeia Jaguapiru); Ellen Freitas Rodrigues (16 anos, Guarani, aldeia Jaguapiru); Danieli Rodrigues Fischer (16 anos, Terena, aldeia Jaguapiru); Ana Caroline Moreira Marques (16 anos, Guarani, aldeia Jaguapiru); Fernanda Martins Cabreira (17 anos, Terena, aldeia Jaguapiru) e Taila Fernandes Rolim (16 anos, Kaiowá, aldeia Bororó).
Concorrem ao título de Mister Indígena os jovens Douglas Fernandes Lopes (16 anos, etnia Kaiowá, aldeia Bororó); Eduardo Freitas Martins (18 anos, Terena, aldeia Jaguapiru); Geovani Gavilan (18 anos, Guarani, aldeia Bororó); Ariel Almeida Isnarde (19 anos, Kaiowá, aldeia Bororó); Tiago Sanches Rodrigues (19 anos, Guarani, aldeia Bororó); Elioenai dos Santos Ortiz (17 anos, Kaiowá, aldeia Jaguapiru); Rômulo Cavalheiro Aquino (16 anos, Guarani, aldeia Bororó); Ronaldo Fernandes (21 anos, Guarani, aldeia Jaguapiru); Felipe Bertolino Valério (17 anos, Terena, aldeia Jaguapiru); Guilherme Martins Dornelles (18 anos, Guarani, aldeia Jaguapiru/Urbano) e Elton Ricarte Neres (19 anos, Terena, aldeia Jaguapiru).
Participação especial - Em nove anos, esta é a primeira vez que uma candidata transgênero concorreria ao título de mais bela. Katryna Malbem foi aprovada nos quesitos avaliativos pelo ótimo desempenho e desenvoltura na passarela e nos ensaios fotográficos, mas não havia informado a condição de transgênero.
A organização analisou o caso e o regulamento barrou a participação, mas a candidata aceitou participar do desfile e das coreografias como convidada especial.
Ao Diário MS, a jovem afirmou que decidiu se inscrever para o título de Miss Indígena com o intuito de revelar um outro lado da vida nas aldeias: a realidade das pessoas homo e transexuais.
“Eu digo com muito orgulho que nós indígenas temos muitas belezas também de garotas e garotos gays e transexuais. Não é como a mídia mostra, não somos pura aberração”, defende.
Esta é a 9ª edição do concurso, que foi iniciado em 2011. Em princípio era realizado pela Unigran, com apoio da reitoria e empenho de acadêmicos indígenas no Seminário Indígena da instituição.
No ano de 2013 a 2016 foi realizado pela CEAID (Coordenadoria Especial de Assuntos Indígenas de Dourados) com o apoio da Prefeitura Municipal.
Desde 2017 é realizado pela AJI (Ação dos Jovens Indígenas de Dourados) organizado com a ajuda de voluntários e o apoio de alguns membros da comunidade. AJI é uma organização não-governamental que tem o objetivo de promover o bem-estar entre jovens e adolescentes da comunidade.
Colaborou Luciano Serafim
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