Morre "Baiano", chef que trouxe caldo de piranha na culinária de MS
Antonio Correia da Silva tratava câncer desde 2019; chef era representante da gastronomia do Estado no País
Morreu neste sábado (4), aos 73 anos, Antonio Correia da Silva, chef de cozinha conhecido como Baiano. Ele estava internado na Cassems e lutava contra o câncer na medula óssea desde 2019. O velório aconteceu durante a noite, na Funerária Nippon, na Rua 13 de Maio.
O filho Renderson Valentim Correia, de 40 anos, relata que ele foi sempre “um pai carinhoso”. Os demais filhos são Richardson Valentim Correia, de 43 anos, e Rudson Valentim Correia, de 38. “Ele também foi um esposo e namorado carinhoso, durante 45 anos, da dona Marlene Terezinha, sua esposa. Fazia café da manhã para ela todos os dias, andavam de mãos dadas pelas ruas do Bairro São Francisco, onde moravam."
Sempre foi uma figura cativante, de sorriso fácil, alegre e contagiante. Por onde passou, deixou bons amigos e carinho. Foi um marido incrível, um pai excepcional e um avô afetuoso. Um homem íntegro e incrível”, relata o filho.
Ele era servidor público há mais de 20 anos da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul e conhecido por todos. Natural de Mata do São João (BA), em região conhecida como Costa do Sauípe, Baiano veio para Mato Grosso do Sul em 1975.
Em meio aos colegas de trabalho, era figura muito popular e por meio de seu talento na cozinha, deixou um legado para o Estado. O prato principal era o caldo de piranha. Em novembro de 2021, foi eleito e homenageado pelos funcionários da Fundtur como o trabalhdor que simbolizasse todo o grupo. Por questões médicas, não pôde estar presente, mas foi aplaudido e ovacionado por todos.
História - Nascido em 13 de junho de 1949, em Mata de São João (BA), Antonio era órfão desde os seis anos e vivia em um colégio interno. Ele ingressou na Marinha do Brasil, em 1968, no Distrito Naval de Salvador. Em 1969, foi transferido para o Rio de Janeiro, onde serviu em São Pedro da Aldeia (RJ), em 1974.
Ele começou a trabalhar no ramo da hotelaria e, no final de 1974, veio a convite trabalhar no hotel Campo Grande e, posteriormente, no Jandaia, Concord e na pousada Bosque em Ponta Porã.
Sua popularidade cresceu mesmo quando inaugurou o restaurante Recanto Bahiano, em 1983, que funcionou durante as décadas de 1980 e 1990. O caldo de piranha é e sempre foi o prato mais “estrelado” do baiano. Ele conta que reinventou a iguaria, no Estado, utilizando outros métodos culinários.
O local era amado pelos boêmios e amantes da boa música, além da comida que agradava a todos. O restaurante ficou eternizado pela lendária feijoada dos sábados, por ficar aberto durante as cinco noites de carnaval diretas e por porções e caldos.
Depois de fechar o bar e trabalhar em outros lugares por pouco tempo, Baiano assumiu o concurso na Fundação em 1997. Como servidor, ficou encarregado de divulgação das cidades turísticas do Estado e como chef de cozinha, quando participava de feiras e congressos pelo Brasil.
Por conta de seu talento na cozinha, Baiano virou um “instrumento” da Fundação em feiras pelo País para falar sobre gastronomia. Atuando pelo poder público, ele conheceu 22 capitais e dezenas de cidades. Durante as apresentações nas feiras, Baiano preparava os principais pratos de Mato Grosso do Sul, como sopa paraguaia, arroz de carreteiro e macarrão de comitiva.
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