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Artes

Música de Michael Jackson ganha versão terena para educar

Januário é morador da aldeia indígena terena Cachoeirinha, em Miranda, e fez versão para educar comunidade contra o coronavírus

Thailla Torres | 14/04/2020 08:40


Pensando como a música une, emociona, comunica e educa, o músico indígena Januário da Silva tem usado seu talento para orientar e sensibilizar sua comunidade indígena sobre a importância de cuidados para o contágio do coronavírus. Januário é morador da aldeia indígena terena Cachoeirinha, em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, a 206 quilômetros de Campo Grande.

“Para evitarmos o vírus da pandemia dentro da minha comunidade, foi essa a forma que achei para levar essa mensagem para os anciãos e as crianças”, diz Januário.

Ele fez uma versão de “We Are the World”, música composta por Michael Jackson e Lionel Richie. A canção tornou-se um ícone pelo clipe com diversos nomes da música pop mundial, unidos para arrecadar dinheiro para causas sociais no continente africano.

Ano passado, Januário emocionou a comunidade indígena ao cantar o hino nacional em terena para preservar a língua quase extinta. “Quando eu começo a cantar o hino e vejo minha gente, meu povo que domina a língua terena cantando junto, eu me emociono”, descreveu Januário naquela época.

Traduzir canções para idiomas indígenas é também resposta da preocupação da comunidade com a preservação da língua indígena em Mato Grosso do Sul.

Segundo indicadores da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), as línguas indígenas de Mato Grosso do Sul estão todas ameaçadas de extinção, inclusive, o guarani kaiowá, que tem um número significativo de pessoas.

A seguir a tradução da “adaptação” terena de “We Are the World”, que tem circulado pelas comunidades indígenas.

“Parentes, obedecer às orientações dos líderes da saúde. Eles estão nos protegendo e, por isso, falam pra ficarmos em casa.

Essa pandemia não está de brincadeira, conhecida por novo coronavírus. Vamos preservar nossos anciãos e nossas crianças.

Vamos invocar forças os anciãos e pajés que já se foram para que essa pandemia não chegue em nossa aldeia, o mundo inteiro está com medo.

Que Deus nosso senhor nos proteja”

Com a colaboração do jornalista Anderson Benites Carneiro.

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