ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, DOMINGO  22    CAMPO GRANDE 24º

Artes

Negra sofre para achar base ideal e missão de Marcela é ninguém sair acinzentada

Algumas marcas lançam poucas subtonalidades e quando há variedade, os preços não são acessíveis

Danielle Valentim | 28/12/2019 07:45
Na foto, Marcela exibe sua maquiagem e sua mechinha estilosa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Na foto, Marcela exibe sua maquiagem e sua mechinha estilosa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com apenas 18 anos, a maquiadora Marcela Vitória Farina Deniz e Silva, já se frustrou diversas vezes ao procurar um tom de base ideal ao seu tom de pele. A jovem não está sozinha, pois a maior parte das mulheres negras sofrem com a escassez de subtonalidades. Depois de muitos testes em vão, Marcela decidiu investir em um curso e nas aulas de colorimetria aprendeu misturar tons para cliente nenhuma sair de rosto acinzentado.

Toda estilosa e adepta de uma mecha loira, bem Cruella de Vil, Marcela é acadêmica de Ciências Sociais, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Antes do curso profissionalizante de make já testava sua arte em amigas e familiares como hobby.

“No início do ano fiz o curso e comecei a trabalhar com isso. Hoje maquio qualquer tipo de pele, mas meu objetivo desde o princípio é aperfeiçoar meu trabalho em mulheres negras”, explica. 

Modelo de tom escuro e subtonalidade avermelhada. (Foto: Arquivo Pessoal)
Modelo de tom escuro e subtonalidade avermelhada. (Foto: Arquivo Pessoal)
Essa maquiagem ficou um espetáculo e a modelo também. (Foto: Arquivo Pessoal)
Essa maquiagem ficou um espetáculo e a modelo também. (Foto: Arquivo Pessoal)

A jovem ressalta que a dificuldade de conseguir material para pele negra está ligada, principalmente, ao tipos de subtonalidades da melanina. O primeiro passo é encontrar uma linha de maquiagem com variedade de cores para a pele negra. E existe, mas é nessa hora que o problema aumenta.

Marca como a Fenty Beauty, da cantora Rihana, oferece 50 tons. Porém, uma base custa mais de R$ 150,00. É um investimento relativamente alto para quem está no início da carreira ou para a aquela mulher que raramente usa maquiagem.

Subtonalidade amarelada e make tendência em 2020. (Foto: Arquivo Pessoal)
Subtonalidade amarelada e make tendência em 2020. (Foto: Arquivo Pessoal)

Para quem não sabe os três tons de pele são: claro, médio e escuro. A partir do tom escuro, as peles negras podem ter fundo avermelhado, rosado, azulado ou amarelado, este último o mais comum.

“No curso a partir da colorimetria fico mais fácil misturar tons para não errar na preparação da pele. Como atendo em domicílio, se não tenho a cor da cliente vou testando até encontrar”, conta. ”

Maquiar uma mulher negra e ter como resultado uma pele acinzentada é certeza do uso de uma tonalidade errada. “Aqui na região Centro-Oeste mesmo há muita diferença nos subtons se comparados com negras do nordeste, onde até o sol é mais forte”, frisa.

Nessa imensidão que é a colorimetria de pele até quem não se identifica como negro, mas possui a pele dentro de alguma subtonalidades poderá encontrar dificuldade.

Marcela mora no Estrela Dalva, periferia de Campo Grande e, por enquanto, atende a domicílio. No Instagram, a jovem exibe seus trabalhos em diferentes modelos, inclusive, sua participação, em outubro, da 1ª edição do Moda Campo Grande, no Albano Franco.

Modelo Jariz Beor, no Moda Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Modelo Jariz Beor, no Moda Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Modelo participante do Moda Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Modelo participante do Moda Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Neste evento, por exemplo, eu precisei colocar em prática a técnica das misturas. Eram quatro maquiadores e só eu de negra. Para acertar a pele do modelo Jariz Beor, no segundo dia de desfile, precisei misturar tons, porque no primeiro dia, ele entrou na passarela com a tonalidade errada, mas tinha sido maquiado por outra pessoa”, conta.

É também no perfil do Instagram, que ao lado de um amigo de infância produz maquiagens artísticas e desafios da internet.

Hora da compra - Para não errar de jeito nenhum, a dica é provar o tom na própria pele. Para isso, o melhor seria buscar uma consultora de alguma marca ou tentar casas de cosméticos. Marcela garante que áreas como bochecha, queixo e pescoço mostram exatamente se a cor se encaixa ou não. Se não ficar bom, a opção é investir em dois tons, um mais próximo e outro mais escuro.

Tendências 2020 – Segundo Marcela, a mulheres negras seguirão 2020 com muita iluminação. Os tons matte começam a se despedir e o gloss, brilho, cores quentes e neons vão ganhando espaço. Para ficar por dentro, Marcela aconselha que um iluminador e um blush não podem faltar na bolsa.

Acompanhe os trabalhos de Mayara no @ChicamMakeup.

Curta o Lado B no Facebook e Instagram.

Nos siga no Google Notícias