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Artes

Sentido da vida foi encontrado por Rosi em lixos jogados na rua

Casas em miniatura e frases motivacionais são criadas pela artesã que decidiu trabalhar com “propósito”

Aletheya Alves | 15/03/2023 07:12
Casinhas ganham itens de decoração como quadros, chaleira e tábua de madeira. (Foto: Aletheya Alves)
Casinhas ganham itens de decoração como quadros, chaleira e tábua de madeira. (Foto: Aletheya Alves)

“Que a pressa não nos impeça de ver os detalhes”, sintetiza a artesã Rosi Santos sobre seu trabalho. A partir de lixos jogados na rua, ela conta que encontrou seu sentido da vida e, agora, tenta mostrar para os clientes que a beleza pode estar até em um amontoado de madeiras descartadas irregularmente.

Após trabalhar por um bom tempo no ramo alimentício com marmitas e espetinhos, Rosi narra que decidiu trabalhar com aquilo que realmente acreditava. Foi assim que a arte se tornou seu propósito.

Desde que decidiu entrar no artesanato, Rosi conta que foi necessário um processo para deixar o antigo trabalho. “Eu dependia do espetinho, no início era ele quem conseguia sustentar as produções. Aos poucos, comecei a vender mais artesanato, produzir mais também e posso dizer que hoje eu vivo basicamente da minha arte”.

Usando da criatividade, ela brinca que a ideia de fazer as miniaturas e criar placas veio de um incômodo. Isso porque enquanto andava pela cidade, via “raridades”, como ela nomeia, descartadas muitas vezes em locais irregulares.

Pedaços de madeira encontrados pelas ruas servem de base para as miniaturas. (Foto: Aletheya Alves)
Pedaços de madeira encontrados pelas ruas servem de base para as miniaturas. (Foto: Aletheya Alves)
Até forno é criado a partir dos materiais reciclados por Rosi. (Foto: Aletheya Alves)
Até forno é criado a partir dos materiais reciclados por Rosi. (Foto: Aletheya Alves)

Desde cabeceiras até rebites, tudo começou a ter novas funções para a artesã. Exemplificando o processo de criação, ela comenta que enquanto passava por Campo Grande, não conseguiu esquecer as cenas vistas pela Avenida Ernesto Geisel.

“Pedaços de móveis de madeira que se você procurar, é difícil encontrar alguém que entalhe, sofás, tudo isso jogado ali. As pessoas vão descartando por todo canto e acho que não percebem que essas coisas têm potencial”, comenta Rosi.

Unindo cada matéria-prima que encontra ou recebe de conhecidos, os objetos vão surgindo de forma gradual. Hoje, suas principais produções se concentram nas miniaturas de casas que também servem como incensários, outros objetos como fornos e, em maior escala, as placas.

Placas com frases para reflexão também são produzidas pela artesã. (Foto: Aletheya Alves)
Placas com frases para reflexão também são produzidas pela artesã. (Foto: Aletheya Alves)
Frase "que a pressa não nos impeça de ver os detalhes" acompanha Rosi nas feiras. (Foto: Aletheya Alves)
Frase "que a pressa não nos impeça de ver os detalhes" acompanha Rosi nas feiras. (Foto: Aletheya Alves)

No caso das sinalizações, as mensagens vão desde “previsão do tempo: ele está passando! Aproveite” até “ouça o canto dos pássaros” e indicativos como “cantinho das plantas”.

Sobre a produção em geral, Rosi comenta que conseguir comercializar suas criações é importante, mas despertar uma identificação é mais ainda.

“Gosto muito quando as pessoas olham meus produtos e pensam que elas poderiam fazer algo parecido com o que existe em casa. É essa identificação que me toca, a ideia é que as pessoas percebam que há muito para ser observado”, diz a artesã.

Apesar de morar em Dourados, Rosi também costuma fazer entregas em Campo Grande e conta que algumas peças podem ser enviadas. Por isso, quem se interessar pelos produtos pode entrar em contato através do perfil do Instagram @rozisantos67.

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