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Artes

Sonho de ser músico custa 1 ano de serviço para quem precisa batalhar

Desde quando começou a se envolver com batalhas de rima, André se imaginava compondo 1ª álbum

Aletheya Alves | 07/01/2023 07:39
Do quarto no Jardim Imá, André sonha em viver da música. (Foto: Divulgação)
Do quarto no Jardim Imá, André sonha em viver da música. (Foto: Divulgação)

Na adolescência, André Luiz Gutterres Batista Oliveira começou a participar de batalhas de rimas e se encantou pelo rap. Desde então, o sonho de viver da música cresceu, mas sem financiamentos ou indicações, o jeito de iniciar esse caminho significou trabalhar por um ano, economizar ao máximo e investir sozinho no primeiro passo: produzir seu próprio álbum.

Morador do Jardim Imá, André é Zangadoh quando o assunto é música e para conseguir manter seu lado artístico vivo, o jeito tem sido ir do almoxarifado ao estúdio com muito custo. Aos 19 anos, o jovem conseguiu lançar sua primeira produção completa e conta que para pagar desde a gravação até as fotos foi necessário deixar quase tudo em segundo plano.

“É um sonho meu, quero viver disso. Por enquanto, eu trabalho, vou economizando e durante esse ano todo saí pouco de casa, por exemplo. Isso porque precisava investir no álbum tanto com meu tempo quanto com meu dinheiro”, conta André.

Primeiro passo foi conseguir juntar dinheiro para pagar produção de álbum. (Foto: Divulgação)
Primeiro passo foi conseguir juntar dinheiro para pagar produção de álbum. (Foto: Divulgação)
Desenhos compõem a identidade visual das músicas. (Foto: Divulgação)
Desenhos compõem a identidade visual das músicas. (Foto: Divulgação)

Quem vê as músicas, fotografias ou desenhos prontos pode até imaginar que o projeto se trata de algo simples, mas André detalha que a intensidade é maior para quem precisa sustentar o próprio sonho. “Não fico com arrependimento, no fim é gratificante, me sinto feliz fazendo isso porque é algo que quero mesmo”.

Sem negar as batalhas e aproveitando a ideia para seus cenários, o quarto de madeira foi um dos locais para registrar as fotografias de divulgação. E, pensando nos ambientes que se conectam a ele, as imagens também foram registradas no estúdio e Rotunda.

Tendo crescido na periferia de Campo Grande, o jovem explica que conheceu a música nos detalhes de casa. Percebendo o gosto da tia pelas canções e vendo o avô com instrumentos pelos cantos, André narra que o carinho pelas melodias veio cedo.

Apesar da família ter gostos que o levariam para músicas regionais, Zangadoh explica que se encontrou nas rimas e com elas vem tentando se expressar para si mesmo e para o mundo. “Quando escrevo, coloco as coisas que eu penso, então no álbum tem desde assuntos sobre política até conscientização sobre suicídio”, diz.

No álbum de 9 músicas lançado neste mês, o “Viseira pra trás”, as letras retratam essa mescla de sentimentos que emergem do jovem. Apesar disso, ele explica que também se dedica a criar rap nerd ou rap geek.

De acordo com André, ele e seu amigo, Luiz, passaram a realizar shows com as músicas do mundo nerd e agora a ideia é continuar com ambos os projetos. Já se imaginando com um novo álbum, o músico conta que através de seu Instagram, @oficial_zang, é possível torcer e acompanhar essa trajetória.

Ouça uma das músicas e, clicando aqui, confira o álbum completo: 

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