Ton é o jogador de volêi e desenhista autodidada que sonha ir ao Japão
Nos desenhos hiper-realistas, o jovem se encontrou; agora, sonha cada vez mais realizar um desejo de criança
![Welliton é o desenhista autodidata que sonha em ir ao Japão viver da atividade (Foto: Arquivo Pessoal)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2021/04/11/3vtoncekxwe8w.jpeg)
Desde que era pequeno, Welliton da Cruz Morikawa, 29 anos, sempre imaginou crescer e virar um desenhista profissional. A vida pode até não ter se encaminhado para isso, mesmo assim os desenhos à mão – hiper-realistas, no caso – o acompanharam. Jogador de vôlei apaixonado pelo esporte e auxiliar estoquista enquanto atividade profissional, ele nunca desistiu de algum dia ver o talento natural lhe dar asas e embarcar em uma aventura do outro lado do mundo.
"Sempre sonhei viver só do desenho. Quem sabe, na minha vontade de algum dia ir ao Japão, trabalhar e morar por lá, e ainda possa fazer isso. Quem sabe consigo fazer algum curso profissionalizante e me aperfeiçoar, afinal os japoneses tem o desenho em alta consideração. É só pensar no anime, por exemplo. Talvez isso seja o início do sonho em si. Veremos!", torce.
![Desenho que fez do personagem xerife Woody, da série de filmes animados "Toy Story" (Foto: Arquivo Pessoal)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2021/04/11/18o86zq9qv0gy.jpg)
Desde que se entende por gente, Welliton já gostava de desenhar e tinha jeito para isso. Na creche, se destacava entre os pequenos por colorir bem, preenchendo a ilustração na folha de papel sem escapar da margem. Já com 7 anos, usava o lápis escolar para soltar a imaginação. Com a prática, foi desenvolvendo a técnica.
"Me considero autodidata pelo fato de ter facilidade em aprender coisas relacionadas ao desenho e pintura pintura sem sequer ter feito curso. O máximo que fiz nesse meio tempo, além de contar com meu esforço, foi assistir alguns vídeos no YouTube. Mas de resto, sempre fiz tudo sozinho mesmo", explica.
![Da imagem digital para o papel, Welliton se arrisca nas linhas do rosto da cantora Ariana Grande (Foto: Arquivo Pessoal)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2021/04/11/1s10381ohqf6v.jpg)
![Aqui resultado final do desenho acima, feitão à mão com lápis e colorido no papel (Foto: Arquivo Pessoal)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2021/04/11/16k1tfvhfzne.jpg)
No início, Welliton desenhava personagens de animes e também de jogos de videogame. Mais recentemente, vem praticado o realismo colorido, além do croqui à mão – e com esmero. "Eu não tenho muita preferência, às vezes tenho vontade de fazer uma coisa, outro dia já faço outra. Gosto mesmo é de desenhar!", confessa.
Além da arte, Welliton divide no coração uma outra paixão: o vôlei. "O esporte está na minha vida desde 2016 e, diferente do desenho, hoje em dia nem posso mais brincar. Afinal, o tempo passa, tenho que arcar com responsabilidades no trabalho, e isso sem falar da pandemia em si", diz.
Porém, foi graças ao vôlei que alguns de seus desenhos fizeram sucesso, o que ele explica: "eu já fiz para alguns jogadores profissionais, como o Ricardo Lucarelli e o levantador William, que me presentearam com camisas autografadas, acessórios e etc., o que guardo com maior carinho", conta.
![Aqui, atleta bi-campeão olímpica Fabiana Claudino em desenho feito por Welliton (Foto: Arquivo Pessoal)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2021/04/11/37sykw09am0wg.jpg)
Por mais que seja apaixonado pela arte, Welliton deixou o desenho de lado durante a adolescência e voltou a praticá-lo a partir do ano de 2013. Foi aí que descobrir o hiper-realismo. "Antes eu não sabia que existia materiais próprios, eu usava apenas lápis de escola e os desenhos ficavam horríveis, mas a prática leva mesmo a perfeição", opina. "Dependendo da minha vontade, concluo desenhos em um dia, com pintura e tudo. Outros, entretanto, já levaram de semanas a meses", relata.
Já tem algum tempo que o desenho digital também entrou na jogada, onde desenha drag queens, celebridades, personagens que gosta e mais. "Foi algo revolucionário porque pelo aplicativo a gente tem praticamente tudo à mão. Mas no final, nada é muito diferente do que faço no papel, tirando o fato de poder criar fundos elaborados e alterar certos elementos com facilidade".
Welliton afirma que já vendeu alguns desenhos, porém o mercado é ingrato na sua opinião. "As pessoas não dão o valor que o artista merece. Não sabem o trabalhão que dá ficar horas com a cara no papel fazendo traços, detalhes e todo o sombreamento. Daí quando pedem o orçamento acabam desistindo por achar caro demais. Ou pior, por achar que não vale a pena. Essa área é bem menosprezada", lamenta.
Por isso mesmo é que o rapaz tem o interesse de ir algum dia morar no Japão. "Sinto que lá vou poder me expressar de forma mais qualificada. Fazer do desenho enquanto profissão, o sonho desde que era pequeno. Para isso quero fazer cursos e acrescentar mais ao meu currículo. Mesmo com a pandemia ainda em curso, ando entusiasmado com a ideia", finaliza.
Você pode conferir mais desenhos de Welliton pelo seu perfil no Instagram.
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