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Comportamento

Adotados no isolamento, Simba e Conde fazem alegria dos donos

Companheiros da vida, os pets são carinhosos e com sua fofura, podem ressignificar a quarentena, tornando dias mais divertidos

Alana Portela | 06/05/2020 07:19
Tatiana Rezende abraçando o Conde durante o pôr do sol, em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)
Tatiana Rezende abraçando o Conde durante o pôr do sol, em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)

No meio do caos do coronavírus, o gatinho Simba e doguinho Conde ganharam novos lares e agora fazem a alegria dos donos. Fofos, animados e cheio de energia, eles conseguiram dar outro significado ao período de quarentena, tornando os dias dos “pais” mais leves e divertidos em casa.

“O Conde é um cachorrinho muito encantador. Todos o adoram e nós estamos cada vez mais apaixonados. Ele é muito companheiro e disciplinado. Gosta de brincadeiras e traz muita alegria para o nosso convívio”, destaca o casal, Tatiana Rezende e Gabriel Rosa.

Conde, com o olhar tristonho, foi encontrado num terreno baldio. (Foto: Arquivo pessoal)
Conde, com o olhar tristonho, foi encontrado num terreno baldio. (Foto: Arquivo pessoal)

Eles são namorados, estão juntos há dois anos. Tatiana tem 21 anos é estudante, enquanto Gabriel tem 26 anos e é servidor público na Capital. Há um mês, o casal teve a vida transformada, para melhor, após a chegada de Conde.

“Ele estava abandonado, meu namorado adotou e agora cuidamos juntos. Resgatamos por duas razões, uma porque gostamos de animais e outra, pois, queríamos tirá-lo da rua e proporcioná-lo um bom tratamento, cuidando da sua saúde e dando muito amor”, diz Tatiana.

A história do Conde, infelizmente, não é difícil de se ver em Campo Grande. Todos os dias, animais sofrem maus-tratos e são abandonados nas ruas da cidade. Sem cuidado e carinho, os bichinhos sobrevivem quando uma família abre o coração e aceita levá-los para casa.

O casal relata que Conde foi encontrado num terreno baldio, com aparência sofrida, magro e muito amedrontado. Os olhinhos cheios de carência e implorando piedade, amoleceu o coração dos atuais donos que logo o levaram até um veterinário.

Durante a avaliação, foi informado que o doguinho tem apenas seis meses de vida. “Já está tomando as vacinas que demos como se fosse um filhote, porque o veterinário acredita que ele não tenha tomado outra, de acordo com a situação de rua que se encontrava”, relatam.

No novo lar, o doguinho descansa tranquilamente sobre a caminha que ganhou de presente. (Foto: Arquivo pessoal)
No novo lar, o doguinho descansa tranquilamente sobre a caminha que ganhou de presente. (Foto: Arquivo pessoal)

Um mês depois do resgate, Conde virou o melhor amigo do casal. Agora, com uma aparência mais saudável, ganhou cerca de 300 gramas e está feliz por ter encontrado o amor merecido. “Acreditamos que ele, com as atitudes dele, parece agradecer a nossa adoção. Um sentimento genuíno de gratidão que conforta o nosso coração nesse momento delicado”, afirmam.

Tatiana e Gabriel estão seguindo as recomendações da saúde para evitar a propagação do coronavírus. “Estamos seguindo o distanciamento social. Antes, passava mais tempo na casa dele, mas não posso mais por conta do isolamento. O Conde é um grande companheiro para o Gabriel. Fora isso, quando nos encontramos, em locais abertos, como na praça, brincamos com ele”, diz ela.

O amor por animais é tanto, que o casal acredita que os pets também devem ser tratados como seres humanos. “São seres incríveis, que merecem nossa atenção diante de todo amor que transmitem. O amor é um exercício, que traz benefícios indescritíveis a todas as partes. Consideramos o Conde como um filho. Quando brinca, ele envolve nós dois na brincadeira e fica incrivelmente feliz com a chegada dos dois”.

“Damos muito amor e atenção a ele. No mais, o exercício do amor pelos animais, que traduzem uma inocência muito bonita, faz muito bem, independente da raça. Aproveitamos para indicar a adoção, e não a compra. Porque todos os animais têm um valor indescritível”, destacam Gabriel e Tatiana.

Flávia Miranda Pinheiro segurando seu novo amigo, o gatinho Simba. (Foto: Arquivo pessoal)
Flávia Miranda Pinheiro segurando seu novo amigo, o gatinho Simba. (Foto: Arquivo pessoal)

A vida da servidora pública federal, Flávia Miranda Pinheiro também mudou após a chegada de Simba. Aos 40 anos, ela mora em Dourados, 229 quilômetros da Capital, e conta que era esse o momento de adotar o primeiro gatinho.

“A vontade de adotar um gato já existia, mas sempre deixava para depois. Com essa pandemia nunca vista antes pela humanidade, trazendo sensação de morte, e com o isolamento social, senti que se não fizesse isso agora, não faria mais, é como se alguém dissesse: O que mais precisa acontecer para você tomar essa decisão?. Então, senti que era a hora e não hesitei”, diz.

A hora era agora e o gato era o Simba, isso porque, no dia 14 de abril ela viu uma foto do bichano na rede social de uma amiga que mora em Ponta Porã e se encantou. “Me apaixonei por ele e decidi adotá-lo. No dia 15 comprei as coisas para ele e dia 16 fui pegá-lo”.

Agora Simba ganhou uma casinha de papelão feita com carinho para ele. (Foto: Arquivo pessoal)
Agora Simba ganhou uma casinha de papelão feita com carinho para ele. (Foto: Arquivo pessoal)

Foram cerca de 100 quilômetros de estrada até encontrar seu novo amiguinho. “Ele é muito carinhoso, mostra isso querendo ficar bastante por perto. Fica colocando a patinha em cima de mim, com carinho. Adora receber carinho, se esparrama todo no sofá ou no chão quando dou carinho e o encho de beijo”, conta Flávia.

Antes de Simba, a casa era mais vazia, mas ele chegou marcando presença e enchendo o novo de lar de boas energias. “Traz alegria, além de ser um companheiro carinhoso”.

Flavia revela que o motivo de não ter adotado antes é porque adora viajar. “Era a minha maior desculpa. Mas, quando tudo isso passar, vou continuar viajando, porém ele vai ficar com minha mãe ou com minha sobrinha em Campo Grande”.

Quando criança, Flávia recorda de ter tido um cachorro, porém, de uns anos pra cá, seu contato maior foi com os felinos. Desde que Simba entrou para a família, a convivência deles têm sido boa, principalmente agora, no isolamento. “Está há mais de um mês comigo. Está sendo muito bom. Quando não está por perto, às vezes, ando pela casa para ver onde está e o que está fazendo. Hoje, o peguei escalando a churrasqueira, me surpreendeu porque subiu alto”.

Todo dengoso, Simba adora receber carinho da dona. (Foto: Arquivo pessoal)
Todo dengoso, Simba adora receber carinho da dona. (Foto: Arquivo pessoal)

A rotina mudou, agora, quando acorda, fica um tempo com Simba. “Nas três primeiras noites dormiu comigo, mas depois decidi não dormir mais. À noite, me despeço dele e vou deitar e ele não fica miando. Fiz uma casa de papelão, mas Simba gosta mesmo de ficar embaixo do sofá”.

No dia seguinte, ela acorda cedo e abre a porta do quarto para ver Simba. “Entra e fica uns 20 minutos comigo na cama, até eu levantar. Quando fico um tempo com ele, brinco, coloco ração, ligo a fonte de água e aí vou trabalhar, daqui de casa mesmo. Ele fica na mesa de trabalho, está sempre por perto”.

Ele é curioso, gosta de explorar novos locais, mas para não extrapolar, Flávia fecha a porta dos cômodos que Simba não pode entrar. “É muito curioso. Se estou na pia, cozinhando ou lavando louça, quer sempre o que estou fazendo, aí decide escalar minhas pernas. Só tenho que usar calça comprida em casa, se não fica toda arranhada”, brinca.

E assim a vida segue, mais leve, animada e sem o sentimento de solidão. Seja com o Simba ou Conde, tudo melhora quando se tem a presença de um companheiro fiel e amoroso dentro de casa.

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Em seu cantinho, Simba não esconde a cara de curioso e gosta de observar tudo. (Foto: Arquivo pessoal)
Em seu cantinho, Simba não esconde a cara de curioso e gosta de observar tudo. (Foto: Arquivo pessoal)


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