Amigas usam reforço para que educação permaneça na periferia
Vivendo numa região periférica em que maioria das famílias tem mais de três crianças em casa, a estudante de Pedagogia Vitória Rodrigues Araújo, de 20 anos, decidiu fazer algo para ajudar famílias de baixa renda.
O salão que até então estava sem uso dentro de casa virou sala de reforço escolar. A estudante deixa claro que o lugar não é sala de aula, por isso, recebe poucas crianças, respeitando medidas de prevenção contra o coronavírus. Mas é uma forma de continuar ensinando crianças que, às vezes, nem tem acesso a conteúdo online.
O projeto de Vitória que hoje é dividido com a amiga e também estudante de Pedagogia Maria Eduarda do Carmo da Silva Cavalcanti, de 20 anos, iniciou como reforço escolar com alunos pagantes. Mas Vitória queria ir além e auxiliar alunos que não pudessem pagar, por isso, abriu vagas para crianças de baixa renda.
No entanto, hoje, precisa de apoio para comprar materiais, cadeiras e mesas, para dar continuidade e formar turmas em diferentes horários, evitando assim aglomerações, para continuar ensinando e divertindo a meninada.
“No salão ainda temos espaços, para colocar mais mesas e cadeiras para poder receber mais crianças baixa renda cumprindo aquelas medidas de distanciamento. Hoje, nossos pedidos de doações são para o projeto social. Temos os alunos pagantes e temos as crianças do projeto que não pagam nada e também frequentam o projeto 3 vezes na semana com duas horas de aula. E o tratamento é igual, ajudamos com as apostilas e auxiliamos nas dúvidas de cada criança, alfabetização e letramento”, explica a estudante.
Na região, Vitória explica que há muitos pais que mal sabem ler ou escrever. “A maioria não estudou e os que estudaram tem muita dificuldade de ensinar os filhos. E vale lembrar que as escolas têm mandado muitas atividades, concordo com isso, porém, há casos em que a criança não aprendeu a continha de multiplicação, sendo assim agora ela não saber a de divisão e tampouco os pais saberão ensinar, ainda mais os pais sem recursos como estudos, internet, um celular ou computador”, lembra a estudante.
A ideia é continuar ajudando crianças e oferecer materiais para estudos e atividades lúdicas. Quem quiser ajudar o Projeto Reforço, o telefone para contato é (67) 98152-6756.