Ana encontrou paixão na dança misturando capoeira e vogue
Para seguir sonho na arte, jovem deixou estudos para se tornar missionária de lado
A paixão pela arte fez a dançarina Ana Vitória Constâncio Chamorro, de 25 anos, encontrar seu caminho na dança contemporânea, deixar os estudos para se tornar missionária para trás e ingressar na faculdade de dança da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). Durante a trajetória, esbarrou na capoeira e no vogue e viu potencial em unir ambas as modalidades.
Ana dança desde a infância, mas o primeiro contato com o estilo vogue foi há cerca de um ano, em um workshop de capoeira. A partir daí, ela passou a frequentar os bailes, onde em sua primeira batalha resolveu unir os dois movimentos. "Eles realmente conversam, um completa o outro, pra mim flui dessa forma”, explica.
Ana Vitória explica que, além dos movimentos da dança da capoeira e do vogue se complementarem, a união das duas modalidades teve um significado pessoal para a dançarina. Ela conta que, muitas vezes, se sentia deslocada nas aulas de balé por ser muito alta e "não ter porte de bailarina", então encontrou a aceitação dentro das duas modalidades. "No vogue, a maioria dos passos tem muito disso de contar a história do seu corpo, tem muito isso de identificação”.
A dançarina também reforça que as duas danças representam a resistência, luta e aceitação de duas minorias, e que deseja promover com a união das duas modalidades um ambiente livre e seguro, principalmente para mulheres e LGBTQIAPN+. "A gente consegue promover um lugar para treinar capoeira e vogue, em que as pessoas sintam segurança de chegar sem receio ou envergonhadas”.
A união chamou atenção, e ela foi convidada pela casa de vogue Hands Up para ministrar uma aula unindo as duas modalidades no início do ano. A ideia foi bem recebida, e no último domingo (30), ela realizou outra oficina por conta própria. "As pessoas colaram pela curiosidade, pessoas que nunca fizeram nenhuma das duas [danças]. Entendi que é algo que elas gostariam de estar levando pra frente”.
Antes de se dedicar à dança e se assumir como artista, a jovem conta que teve vários outros trabalhos que a afastavam da arte. Porém, as mudanças vieram após a pandemia, momento em que a estudante conta que chegou à conclusão que precisava reorganizar a vida e seguir o sonho de viver da dança. "Só piorava ainda mais a minha situação emocional quando eu não estava fazendo o que era o melhor pra mim”, desabafa.
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