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Comportamento

Ao som do atabaque e berimbau, Favela do Mandela entra na roda e ginga

Projeto Yalodê levou apresentações de orixás femininos, show de pirofagia, samba e uma galinhada para o almoço

Danielle Valentim | 28/10/2019 06:20
Alexandra deu um show na roda de capoeira e também no pandeiro. (Foto: Paulo Francis)
Alexandra deu um show na roda de capoeira e também no pandeiro. (Foto: Paulo Francis)

Da criança ao adulto, a manhã de domingo foi de olhos brilhando ao som do atabaque, berimbaus e pandeiro. Mais do que diversão e alimento, o projeto Yalodê levou cultura africana para a Favela do Mandela.

As atividades começaram pela manhã e rapidamente juntou moradores de todas as pontas. Logo no início houve apresentação de pirofagia, ou cospe-fogo, como é popularmente conhecido.

A beleza das Yabás, orixás femininos Yemanjá, Iansã e Oxum, roubaram a cena. Muito bem produzidas se apresentaram à comunidade. Antes da roda de capoeira, uma canção de Oxalá foi entoada para não haja fofoca, intrigas, guerras e, claro, intolerância religiosa.

Todos os detalhes impecáveis. (Foto: Paulo Francis)
Todos os detalhes impecáveis. (Foto: Paulo Francis)
Muitas cores e elegância. (Foto: Paulo Francis)
Muitas cores e elegância. (Foto: Paulo Francis)

A grande roda de capoeira Cordão de Ouro foi formada em seguida, próximo das 11h. Pelo incrível que pareça, a dança envolveu muitos moradores que estavam super em dia com a cultura.

Uma delas Alexandra de Medeiros de Magalhães, de 41 anos. A moradora deu um show na roda de capoeira e também no pandeiro.

“Eu já tinha praticado uma vez. Atividade assim com certeza é importante. Eu nem tenho palavras tem que ter sempre. Eu moro no Mandela há cinco anos e essa é a primeira vez que uma atividade envolve as pessoas em atividades físicas”, frisou.

"Eu moro no Mandela há cinco anos e essa é a primeira vez que uma atividade envolve as pessoas em atividades físicas”, frisou Alexandra. (Foto: Paulo Francis)
"Eu moro no Mandela há cinco anos e essa é a primeira vez que uma atividade envolve as pessoas em atividades físicas”, frisou Alexandra. (Foto: Paulo Francis)
A grande roda de capoeira Cordão de Ouro foi formada em seguida, próximo das 11h. (Foto: Paulo Francis)
A grande roda de capoeira Cordão de Ouro foi formada em seguida, próximo das 11h. (Foto: Paulo Francis)

O projeto nasceu em homenagem à Ibeji. Pai Augusto Lógunède conta que há cinco anos pediu um caminho e foi inspirado à criar o projeto Yalodê. A primeira ação há 5 anos, aconteceu na Cidade de Deus nos entornos do Dom Antônio Barbosa e de lá para cá, nunca mais parou.

“Lá nos reunimos com amigos e familiares distribuímos cachorro quente e brinquedos, na época de Natal. Mas ficou aquela vontade de continuar e as coisas foram prosperando e mais pessoas chegando. Vale lembrar que as ações sociais não ficar presas ao Natal. Quem precisa de ajuda, precisa todos os dias e fica um convite a todos que querem ajudar, todos os meses do ano são bons para ajudar”, conta.

“Há um ano eu vim conhecer a comunidade e fiquei apaixonado com a receptividade. Afinal nós que trabalhamos com projetos sociais viemos trazer o que há de mais precioso, que é o carinho, o tempo e principalmente mudar as pessoas. E as pessoas precisam estar abertas para isso e para aprender. Hoje as crianças ficaram todas de olhos brilhando durante as apresentações. Uma vez ao ano o projeto prepara uma grande festa como essa”, explica.

“Há um ano eu vim conhecer a comunidade e fiquei apaixonado com a receptividade", lembra pai Augusto. (Foto: Paulo Francis)
“Há um ano eu vim conhecer a comunidade e fiquei apaixonado com a receptividade", lembra pai Augusto. (Foto: Paulo Francis)

Além de levar a diversão, brincadeiras e comidas às famílias carentes, pai Augusto ressalta a intenção de levar a cultura africana para as comunidades.

“Vivemos numa época de preconceito e a gente tem de levar a diferença. A cultura grega, japonesa e outras são maravilhosa, por que não admirar a cultura africana? Um exemplo são as crianças de cabelo crespo que desde os primeiros anos sofrem preconceito e querem alisar com chapinha, quando elas veem a beleza das Yabás, eles se reconhecem, se identificam e dizem: parece comigo! Então para levar a cultura africana, nada melhor que levar os orixás que são o carro chefe”, ressalta.

Um dos moradores Luiz Ricardo, de 30 anos, ressalta a quantidade de crianças presentes que podem se interessar pelo esporte. “Atividades assim são muito boas para a população. Há muitas crianças aqui e eles olhando a capoeira podem se interessar em praticar e até a frequentar uma escola”, disse Luiz.

Luiz elogia o evento porque o Mandela tem muita criança. (Foto: Paulo Francis)
Luiz elogia o evento porque o Mandela tem muita criança. (Foto: Paulo Francis)
Digo também quer futebol na comunidade. (Foto: Paulo Francis)
Digo também quer futebol na comunidade. (Foto: Paulo Francis)
Tayllan conferiu tudo de perto. (Foto: Paulo Francis)
Tayllan conferiu tudo de perto. (Foto: Paulo Francis)

Tayllan Leandro, de 9 anos, observava atento a cada gingado na roda de bamba.

Diogo dos Reis do Santos, de 12 anos, tem mais quatro irmãos e não vê a hora de outras atividades. “Eu já tinha visto uma roda de samba e tinha que ter futebol também”, afirmou.

Uma galinhada com salada foi servida no final da apresentação de samba com Aline Conde. Para encerrar o evento, um bolo foi servido e doces entregues a criançada.

É possível fazer doações de alimentos não perecíveis na sede do projeto Yalodê, na Rua Itaporã, 470, Jardim Jaci. Interessados em ajudar também podem entrar em contato pelo telefone: 67 9 8473-5214. Curta a página nas redes sociais para mais informações sobre o documentário clicando aqui.

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