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Comportamento

Aos 75, Terezinha mantém energia que não perdeu nem com câncer

Trovadora narra que a poesia é forma de se manter ainda mais viva

Por Aletheya Alves | 30/09/2023 07:03
Terezinha conheceu as trovas durante a pandemia e se encantou. (Foto: Matheus Carvalho/Setesc)
Terezinha conheceu as trovas durante a pandemia e se encantou. (Foto: Matheus Carvalho/Setesc)

Durante toda sua vida, Terezinha de Jesus Garcia Ferreira nunca gostou de ficar parada e, orgulhosa da energia que continua firme com o decorrer do tempo, garante que os 75 anos ficaram mais completos. Na pandemia, após ser diagnosticada com câncer, a aposentada se tornou trovadora e viu o cotidiano ficar ainda mais iluminado.

Já tendo feito de tudo um pouco na vida, Terezinha conta que já foi funcionária pública municipal, estadual e federal. No caminho, vendeu salgados, foi empresária e, agora, é aposentada e trovadora.

Mais recente em sua história, é a trova que vem recebendo destaque. “Quando eu me aposentei, comecei a viajar muito porque sempre gostei de ir de um lugar para outro. O problema é que quando veio a pandemia, precisei ficar em casa. Foi assim que descobri as trovas”.

Antes disso, Terezinha explica que já havia sido diagnosticada com câncer, precisando remover um rim e o útero. “Eu estava fazendo o tratamento e depois peguei covid quando as pessoas ainda falavam que era uma gripezinha. Não tinha vacina e essa ‘gripezinha’ me fez parar na cadeira de rodas”, explica.

Precisando se manter em casa, a aposentada decidiu abandonar a falta de contato com as redes sociais e descobrir o que existia de interessante na internet. “Eu comecei a mexer no Facebook e encontrei um grupo que se chama ‘Amantes da Trova’, que foi criado por um gaúcho”.

Depois de ver alguns vídeos e publicações sobre os poemas compostos de quatro versos, a paixão foi instantânea. De acordo com Terezinha, ela começou a acompanhar os trovadores, encontrar novos grupos e entender como a dinâmica funcionava.

Encantada com as possibilidades, a aposentada narra que começou a criar suas próprias trovas e compartilhar com os grupos. Desde então, todo dia é dia de criar os poemas.

“Além de tudo, pensando na minha idade, fazer as trovas é muito positivo para a memória. Eu escrevo tudo no celular e vou compartilhando. Às vezes faço vídeos declamando, outras vezes só mando escrito”, explica Terezinha.

Para honrar suas raízes, até nome artístico foi escolhido para a autora. No meio, ela ficou conhecida como Terezinha Pantaneira e, desde quando começou, participou de vários concursos para trovadores.

Confira abaixo algumas trovas escritas por Terezinha:


"75 de idade

e continuo sonhando 

viver com dignidade 

só da arte me sustentando!"


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