Aos 8 anos, Umberto luta contra o câncer e traduz o recomeçar na volta às aulas
Menino precisou retirar tumor no cérebro e traz uma história de superação para contar
“Umberto, vai tomar remédio”. A afirmação do menino Umberto, 8 anos, sobre a frase que mais ouve dos pais foi em resposta à professora, neste primeiro dia de aula de 2022.
Enquanto os colegas contaram ter ouvido pedidos constantes para acordar cedo ou estudar, a declaração de Umberto não deixa dúvidas que passou por momentos difíceis – a retirada de um tumor no cérebro – e nem que ele traz uma história de superação para contar.
Tradução viva de recomeçar, o garoto chegou hoje à Escola Brígida Ferraz Foss, na Vila Jacy, em Campo Grande, em companhia dos pais Sandra Mendonça, 36 anos, e Umberto Gresse, 40 anos.
A maquiadora e o zootecnista contam que moravam em Ponta Porã, a 313 km da Capital. O câncer foi descoberto em 3 de março de 2021. No dia 6, Umberto era operado na Santa Casa.
“Viemos com a cara e a coragem. O tumor era maligno e foram 31 sessões de radioterapia e mais de 100 de quimioterapia em dois meses”, diz a mãe. Antes da pandemia, o menino caminhava com as próprias pernas, hoje, se locomove numa cadeira de rodas. “Mas ele é super para frente, gosta de se enturmar e a escola acolheu superbem”, afirma Sandra. Os pais acreditam que a cadeira seja uma condição provisória.
Aluno do terceiro ano do ensino fundamental, ele divide a sala com 24 colegas. “É muito importante essa inserção. O andamento da aula funciona bem, até pelo número reduzido na sala de aula. Não pode ter mais de 25”, afirma a professora Roberta Oliveira, que leciona desde 2016. Na sala de aula, Umberto é acompanhado por uma professora de apoio.