Alunos voltam com conteúdo “velho” e foco no resgate da leitura e escrita
É tempo de encarar a defasagem aberta no ensino após dois anos de pandemia
A volta às aulas 100% presencial nesta quinta-feira (dia 3) é de olho no retrovisor. A Reme (Rede Municipal de Educação), que tem 109 mil estudantes em 204 escolas, prioriza o resgate de conteúdo, com foco em leitura e escrita. É tempo de encarar a defasagem aberta após dois anos de pandemia, que tirou os alunos da sala de aula, com ensino à distância.
“O posicionamento da secretaria é não trabalhar conteúdo novo e sim a defasagem do aluno. Principalmente, escrita e leitura”, afirma a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes. A pasta prepara um novo diagnóstico sobre aprendizado e vai instituir aulas de reforço a partir do mês de abril.
A alta da variante Ômicron forçou atraso o ano letivo, que começaria em 14 de fevereiro. A reposição dessas aulas será no formato de atividades complementares.
A pandemia segue exigindo medidas de biosseguranças, como uso obrigatório de máscara em álcool em gel. Porém, não há mais a regra do distanciamento. A aferição da temperatura com termômetro é opcional, de acordo com a decisão de cada unidade escolar.
“O modelo volta a ser 100% presencial porque diminuiu bastante a taxa de contaminação e temos a vacinação, inclusive nas próprias escolas”, diz a secretária. A titular da Semed (Secretaria Municipal de Educação) não tinha os dados de alunos vacinados. “Isso é da área de Saúde. O que a gente pode auxiliar é orientar os pais e vamos continuar com a vacinação”.
A prefeitura conta com auxílio do Conselho Tutelar e da Defensoria Pública na busca pelos estudantes que abandonaram a escola. “É preciso dar continuidade no processo da matrícula e vamos saber sobre os casos de evasão. A busca ativa nunca deixou de existir. Tem parceria com a Defensoria Pública e Conselhos Tutelares”, diz Elza Fernandes.
A reportagem acompanhou o primeiro dia de aulas na escola Brígida Ferraz Foss, que tem mil alunos e fica localizada na Vila Jacy. Os alunos estavam de máscaras, mediram a temperatura e utilizavam álcool para higienização das mãos. A entrada foi ao som de música gospel e com decoração especial.
Bem conceituado, o colégio tem fila de espera. A fisioterapeuta Renata Quevedo, 39 anos, afirma que foram dois anos para conseguir as vagas para os filhos Sofia, de 12 anos, e Pedro Henrique, de 7 anos. A mãe destaca que é um período de adaptação.
“Eles se adaptaram bem ao estudo em casa, mas nada substitui o ambiente escolar. Afinal, sou mãe e auxilio, mas com o professor é diferente”.