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Comportamento

Após 5ª mordida de cachorro, Marco trocou pet shop por barbearia

Há seis anos na profissão de barbeiro, ele atende clientes no Camelódromo de Campo Grande

Por Jéssica Fernandes | 24/10/2023 06:22
Há seis anos, Marco Antônio escolheu ser barbeiro profissional. (Foto: Marcos Maluf)
Há seis anos, Marco Antônio escolheu ser barbeiro profissional. (Foto: Marcos Maluf)

Marco Antônio, de 33 anos, deixou o trabalho no pet shop após ser mordido várias vezes. A quinta foi a última quando decidiu que ao invés de cuidar dos pets iria dar um jeito na barba e cabelo dos homens. Há seis anos, ele trabalha como barbeiro e garante ter se encontrado na profissão. Marco nunca mais foi mordido, mas brinca que tem cliente que dá mais trabalho que cachorro.

Há 1 ano e dois meses, ele recebe os clientes no box 9 e 10 do Camelódromo. Na barbearia ‘Sextou’, Marco realiza cortes a partir de R$ 25 atendendo público infantil e adulto. Antes de ter o próprio negócio, o barbeiro conta como uma demissão o levou direto para a função de banho e tosa no pet shop.

“Eu fazia auditoria e como a profissão de auditor não pode conversar muito com as pessoas, fica mais fechado, eu não era assim. Aí mandaram eu ir embora, eu estava surtando e comecei a fazer curso de pet shop”, conta.

Marco Antônio ri ao recordar o período que trabalhou em pet shop. (Foto: Marcos Maluf)
Marco Antônio ri ao recordar o período que trabalhou em pet shop. (Foto: Marcos Maluf)

Em 2015, Marco arranjou serviço no pet shop onde ficou durante 1 ano. A primeira mordida, ele não esquece. “Foi um susto, aí na segunda tomei e a terceira foi pra machucar”, ri. Apesar de lembrar da história com humor, Marco acabou cansando dos ossos do ofício da profissão. “Depois das cinco mordidas, falei: ‘Cara, isso aqui não é pra mim mais não”, diz.

O pinscher que mordeu Marcos foi a gota d’água para que ele mudasse de carreira. Há seis anos, ele fez o curso de barbeiro que o colocou no caminho certo. “Eu fiz um curso, trabalhei um período com um colega meu e aí fui montar minha barbearia. Eu me apaixonei pela área e tô até hoje aí. Eu converso, escuto bastante, às vezes a gente é meio terapeuta. Fiz bastante amizade”, afirma.

Marco abriu o primeiro estabelecimento no Bairro Coophatrabalho onde conquistou os primeiros clientes. Tudo fluía bem até o dia em que abriu as portas da barberia e não encontrou nada. “Eu fui roubado, fechei e no outro dia não tinha mais nada. Falei: ‘Deus eu não quero mais fechar, mas sei que você tem um propósito pra me dar”, conta.

Rádio antigo funciona e é um dos detalhes da decoração. (Foto: Marcos Maluf)
Rádio antigo funciona e é um dos detalhes da decoração. (Foto: Marcos Maluf)
Filtro de barro é usado no último sábado do mês para servir vinho. (Foto: Marcos Maluf)
Filtro de barro é usado no último sábado do mês para servir vinho. (Foto: Marcos Maluf)

Algumas semanas depois do caso, o barbeiro recebeu a ligação de um amigo que ofereceu a oportunidade de trabalhar no Camelódromo. Desde então é nesse ponto que o profissional atende os clientes.

Sobre achar mais tranquilo atender gente do que animal, ele responde que conseguiu eliminar os clientes mal educados da agenda. “Graças a deus hoje atendo um público super diferenciado, eu fui eliminando, tirando o pessoal”, explica.

A barbearia tem uma decoração montada por Marcos. O ambiente tem um vitrola, um rádio antigo que ainda funciona e uma Harley-Davidson na entrada. O filtro de barro é outro detalhe que chama atenção e Marcos relata que todo último sábado do mês enche o filtro com vinho. Nessas ocasiões, os clientes aproveitam a bebida com alguns queijos e salames.

Em relação ao nome da barbearia, que é uma gíria sobre ‘sextar’ (curtir a sexta-feira), ele comenta. “O pessoal quer ser arrumar só na sexta-feira, mas a gente tem que se arrumar todo dia, todo dia é sexta-feira”, destaca.

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