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Comportamento

Após 78 vezes na ilha, Rezende virou cidadão de Fernando de Noronha

Em Campo Grande, Rezende chorou ao saber que virou Cidadão Noronhense, após mais de 2,4 mil horas no mar

Thailla Torres | 07/02/2022 08:48
Rezende Júnior tocando no fundo do mar em homenagem ao Asa de Águia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Rezende Júnior tocando no fundo do mar em homenagem ao Asa de Águia. (Foto: Arquivo Pessoal)

Quem é da comunicação em Campo Grande, já ouviu falar do jornalista e publicitário Oswaldo Rezende Júnior, hoje com 52 anos, que é um maluco por micareta e fã de Asa de Águia, a ponto de tocar uma guitarra no fundo do mar e chamar a atenção de seu ídolo Durval Lélys, que ele já teve a chance de abraçar.

Mas o que poucos sabem é que seu maior “vício” é o mar. Acredite: Rezende já viajou 78 vezes para mergulhar em Fernando de Noronha, o arquipélago mais famoso do País, um verdadeiro santuário ecológico que conquistou o coração do jornalista e que ele não troca nem pelas Maldivas.

Rezendo com um tubarão que foi estraçalhado por outro. (Foto: Arquivo Pessoal)
Rezendo com um tubarão que foi estraçalhado por outro. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com tantas visitas ao destino turístico nos últimos 20 anos, este mês, ele recebeu uma surpresa que nunca esperou. Rezende ganhou o título de Cidadão Noronhense e a cerimônia de entrega será no fim deste mês. “É algo extremamente honroso. Em uma década, eles deram isso para no máximo cinco pessoas”, diz Rezende todo emocionado.

A primeira vez que esteve no destino foi em 1998 a convite do cunhado. “Quando cheguei, falei: "Caraca, isso daqui não existe". Era uma coisa linda, tudo rústico, aquelas trilhas com pedras pontudas, um mar incrível”, lembra.

No mesmo ano, o jornalista voltou para ficar mais dias. Sem experiência com mergulhos profissionais, Rezende começou a explorar Fernando de Noronha mergulhando com snorkel, que é simples e acessível e pode ser praticado por qualquer pessoa.

Mas isso não foi o bastante para Rezende, que decidiu fazer um curso de mergulho profissional para ver de perto o universo que existe debaixo das águas. Com o curso em dia, ele passou a visitar o destino a cada 60 dias para mergulhar.

Rezende em Fernando de Noronha ao lado do seu grande ídolo, Durval Lélys. (Foto: Arquivo Pessoal)
Rezende em Fernando de Noronha ao lado do seu grande ídolo, Durval Lélys. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em cada ida, ele ficava aproximadamente 10 dias. De uns anos pra cá, ele passou a catalogar suas idas e horas de mergulho. Contando as horas, ele já ficou em Fernando de Noronha pelo menos 102 dias. Numa conta rápida, isso significa que foram 2.448 horas debaixo do mar. “Isso foi só o que eu cataloguei, fora todas as vezes que fui e não registrei”.

Debaixo d’água, “a vida é outra e incomparável”, diz Rezende. “Quando você descobre o mergulho, você não quer mais largar, você pode mergulhar 100 vezes e aquele lugar nunca vai estar mesma coisa, é outro tipo de comportamento debaixo do mar”.

Todo esse amor caiu na boca dos noronhenses em pouquíssimo tempo e Rezende virou figura conhecida por lá. Também virou o “rei da permuta”, isso porque passou a trocar suas habilidades como produtor, por hospedagens, alimentação e até isenção do TPA (Taxa de Preservação Ambiental), que é cobrada por dia para quem visita o paraíso e hoje, custa em torno de R$ 79,00.

Mas seus planos não se resumiram às permutas, ao longo dos anos, o jornalista diz que também virou um ativista na ilha, participando de projetos de preservação ambiental que recolhem resíduos plásticos do fundo do mar e de diversas campanhas que surgem para que o lugar permaneça intacto, longe da ambição humana em destruir a natureza.

Título que foi enviado a Rezende, mas que terá uma pequena correção no sobrenome, já que o Rezende é com "Z". (Foto: Arquivo Pessoal)
Título que foi enviado a Rezende, mas que terá uma pequena correção no sobrenome, já que o Rezende é com "Z". (Foto: Arquivo Pessoal)

Mergulhando, ele já se divertiu muito, viu um tubarão comendo outro, conheceu inúmeras espécies, mas também já passou sufoco entrando num buraco de caverna, até então desconhecido, que deixou uma turma inteira em desespero, com medo de não conseguir sair e perder o oxigênio.

Mas nenhum sufoco balança o amor que ele sente pelo lugar. “É uma relação de comprometimento, envolvimento e muito amor. Você já ouviu falar que alguém gosta mais ou menos de pescar? Não. Nunca vai ouvir. Quem gosta de pescar é porque ama. O mergulho é a mesma coisa, vira amor, paixão, vício. E aquele lugar é incrível. Já fui 78 vezes e irei muito mais enquanto eu puder e conseguir”.

Sobre o título de cidadão noronhense, quando soube da notícia, ele não se envergonha em dizer que chorou por longos minutos. “Igual uma criança, fiquei emocionado pelo reconhecimento e carinho de todos, porque o amor que tenho por aquele lugar é legítimo e temos que lutar juntos para preservá-lo”, finaliza. Veja abaixo, o vídeo de Rezende tocando Asa de Águia no fundo do mar.

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