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Comportamento

Após casamento de 18 anos acabar, “Bandida” foi a salvação de Anderson

Apaixonado pela Brasília 1976, Anderson não abre mão dela e agora organiza rifa para pagar consertos

Jéssica Fernandes | 13/02/2022 08:20
Anderson ao lado da Brasília 1976, a "Bandida". (Foto: Kísie Ainoã)
Anderson ao lado da Brasília 1976, a "Bandida". (Foto: Kísie Ainoã)

Quando finalizou o casamento de 18 anos, o motorista de aplicativo Anderson Cirilo, 52 anos, passou por uma fase complicada. Após um mês do término, ele conheceu a “Bandida” e, desde então, nunca mais foi o mesmo. Inseparáveis, a dupla fez diversas viagens, conquistou novos amigos e chamou a atenção por onde passou.

Desde 2014, Anderson e a Bandida compartilharam bons momentos e colecionaram incontáveis histórias. Precisando de algumas reformas para voltar a brilhar nas ruas, a Brasília 1976 vive dias monótonos na varanda da residência do Anderson. Há três anos sem conseguir dirigir a Bandida, ele começou a vender há um mês uma rifa valendo um prêmio de R$200.

Quem acha que a Bandida é só um veículo velho ou um meio de transporte ultrapassado, é porque não entende o valor sentimental que ela tem para Anderson. Graças a Bandida, ele se reergueu em um momento difícil e recuperou a alegria de viver. “Eu comecei a história com ela depois da separação, ela foi o que me levantou, ela me distraía muito. Essa rifa é para ajudar a Bandida, para ela poder voltar a ter os flashs na rua, porque onde vamos, fazemos desfile”, conta orgulhoso.

Carro precisa de reformas, sendo uma delas na carroceria. (Foto: Kísie Ainoã)
Carro precisa de reformas, sendo uma delas na carroceria. (Foto: Kísie Ainoã)

Ao Lado B, o motorista recordou uma parte dos melhores momentos que vivenciou com a Brasília 76. “Conheci novos amigos, comecei a fazer trabalhos de fiscalização de seguro e aí surgiu a oportunidade de estar viajando com ela. Eu fui para Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Goiânia”, afirma.

Alguns desses passeios renderam um vídeo criado e postado por ele no canal do Youtube. Com direito a trilha sonora em inglês, Anderson gravou a Bandida nos pontos turísticos que visitou. Na filmagem, ele cita que “ela é um exemplo” e que juntos percorreram 11.532 quilômetros.

Em relação aos consertos, Anderson explica que a Brasília precisa de ajustes que sairão pelo preço de R$ 1800. Para arrecadar fundos, a rifa está sendo vendida a R$ 20. “Eu preciso levar ela para a oficina, trocar a carroceria, tudo vai ficar R$1800. Eu comecei a rifa no mês passado, custa R$ 20 e faltam 54 nomes da cartela. Eu já ofereci pelo Whats e para os passageiros durante as viagens”, fala.

Adquirida em 2014, veículo rodou 11.532 km. (Foto: Kísie Ainoã)
Adquirida em 2014, veículo rodou 11.532 km. (Foto: Kísie Ainoã)

Durante a entrevista, toda vez que Anderson falava da Bandida não faltava carinho no tom de voz dele. Apaixonado por carros clássicos, ele relata que dirigir a Brasília proporciona um sentimento único. “É uma emoção diferente, não é como você estar andando em um carro normal. Eu me sinto maravilhado, onde eu passava o povo olhava, pedia para tirar foto. Ela é meu xodozinho, a minha namorada”, expressa.

O amor é tanto que o motorista já recebeu propostas vantajosas de compradores, mas nunca considerou vender para nenhum deles. “Quando viajei para Campo Novo do Parecis, ofereceram R$ 13 mil e tive que mudar até o número para pararem de ligar. Um amigo me vendeu ela parcelado, eu posso até vender, mas só para ele”, ressalta.

Além dele, os filhos também sentem saudade dos dias de glória da Brasília. “Os meus filhos sempre falam: pai, vamos arrumar a Brasília. O meu mais velho fez até uma tatuagem da Brasília no braço”, conta.

A rifa deve ser sorteada no final deste mês, conforme Anderson, através de uma live no Facebook ou Instagram. Quem quiser ajudar a Bandida e adquirir uma cartela, o contato do Anderson é (67) 9.9164-9413.

Rifa com 100 nomes custa R$ 20. (Foto: Kísie Ainoã)
Rifa com 100 nomes custa R$ 20. (Foto: Kísie Ainoã)

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