Aquarista ou não, dentro das lojas de peixes todo mundo volta a ser criança
O aquarismo é um dos hobbies mais específicos que as pessoas escolhem ter. Relaxante, o ato de passar horas e horas admirando peixes dentro dos aquários, já foi até receitado por médico contra a síndrome do pânico. Até quem nunca entrou em uma loja especializada em aquários e peixes exóticos, entende rapidinho o motivo do fascínio e volta a ser criança com tantos detalhes para admirar.
De acordo com Gustavo Abner dos Santos, que trabalha na Pet Here na seção dos peixes, a maioria das pessoas que começa com o hobby é, geralmente, homem mais velho. “Tem muito caso aqui de pais que dão peixes para os filhos, mas na verdade quem cuida são eles. É uma desculpa dar de presente para os filhos já que é um presente pra eles mesmos”, brinca.
Ainda segundo Gustavo, antes de começar a investir nessa brincadeira, cuidado! Pra uma pessoa montar um bom aquário, que se torne um bom local pra vida dos animais, são gastos a partir de R$ 500. “Ou seja, não é barato manter esse hobbie”, diz.
O primeiro passo para se tornar um aquarista é comprar um peixinho comunitário, dos mais comuns que existem, como o Betta, que costuma ser o primeiro peixe de uma pessoa, em especial das crianças. Mesmo com esse tipo de animal, é preciso investir em um aquário e pelo menos em um anticloro. "E claro que é preciso comprar a ração para ele e trocar sua água de quinze em quinze dias".
Os peixes mais simples costumam viver até três anos. Os mais complexos, com organismos maiores, vão até os vinte anos junto aos donos. Tamanha interação garante o que os especialistas chamam de "pet fish". "Eles tomam amor pelos donos. Tem vezes que deitam na mão, pedem carinho", comenta Helen Laís Rosa Martins, responsável pela loja Reino dos Bichos.
Fomos atrás de conhecer animais exóticos, coisas que a gente não imaginava nem existir. Para a equipe do Lado B, quase tudo era novidade na Reino dos Bichos e na Aguapé, duas lojas do ramo em Campo Grande.
Na Aguapé, os mini camarões, chamados de Pitú ou de Camarão Fantasma, precisam de muita atenção para serem notados dentros dos aquários, já que possuem menos de 3 cm. "Eles são agressivos e precisam estar juntos pra que não haja morte de outras espécies, mesmo com seu pequeno tamanho", explica Helen.
Já na Reino dos Bichos, os peixes exóticos eram maiores, com exceção do asiático Horse Face Loach. "Esses gostam de se enterrar em cascalhos ou na areia".
Os africanos Auratus Azuis são agitados mas muito bonitos. Dóceis com sua espécie, se tornam violentos quando dividem espaço com outros diferentes. "Os peixes de origem africana costumam ser violentos", completa Helen.
O Flowerhorn também é um peixe exótico que tinha tudo pra, aparentemente, ser normal, mas sua cabeça tem uma espécie de chifre redondo, o que o torna bem diferentão dos outros animais. "Olhando ele assim com a gente, carinhoso, nem imaginamos que ele mata até os peixes da sua mesma espécie se deixamos eles no mesmo aquário", comenta a responsável.
Outro tipo estranho, com cara de mal, é o pré-histórico Polypterus. "Ficam na parte mais escondida do aquário e tendem também a se esconder. Eles são aqueles peixes que, quando o rio seca, eles ficam imersos na terra ou na areia e sobrevivem quando volta a encher a água".
Mas, de longe, o peixinho mais fofo e estranho encontrado ali foi o Farraca Farraca, um baiacu minúsculo que cresce com o tempo. "Ele é tão pequeno que a gente não consegue fotografar", brinca ela.
O peixe mais caro da loja é da Amazônia brasileira, um Aruanã adulto, que custa cerca de R$ 2 mil. Suas cores diferenciadas, com tons quase que metalizados, fazem dele um dos mais caros do mundo e podem chegar a R$ 300 mil.