Barraca é "lar" de 6 pessoas que sonham conquistar o que perderam
Há 5 anos, Elionor continua tentando uma vida melhor desde que deixou a Venezuela
Há 10 anos, Elionor Rodriguez não imaginava que um dia precisaria sair de seu país e viver em uma barraca por não ter casa. Em solo brasileiro desde 2017, a venezuelana chegou a Campo Grande em outubro deste ano e agora continua tentando conquistar o que perdeu.
Ao lado do marido e quatro filhos, a imigrante tem vivido em uma barraca na Avenida Fábio Zahran. Sem aceitar ir para um abrigo por não querer separar a família, Elionor detalha que a ajuda necessária é para conseguir um emprego, alimento e soro fisiológico para o filho mais novo.
Explicando sobre como a última década fez com que ela chegasse a Mato Grosso do Sul, a mãe narra que antes da Venezuela realmente “desabar”, sua vida era ideal. “Minha mãe tinha vários negócios”, diz comentando que seu futuro tinha tudo para ser tranquilo.
Ainda sem saber falar português, Elionor conta que entende praticamente tudo o que os brasileiros falam, mas até hoje sonha em voltar para seu país em um cenário melhor. Até setembro, ela morou em Rondônia, mas com o aumento de imigrantes na região e diminuição de empregos achou melhor procurar outro local.
Contando que deixou o norte do Brasil com caronas, a venezuelana explica que a ideia inicial era seguir para a Bolívia. “Lá eles também falam espanhol, mas contaram que está quase tão ruim quanto a Venezuela”, diz.
No meio do caminho, ela e o marido decidiram continuar no Brasil e escolheram Campo Grande para recomeçar mais uma vez. Sem dinheiro para alugar uma casa, montaram a barraca na calçada da Fábio Zahran e organizaram o que podiam.
Elionor narra que ela, o marido e os filhos se ajeitam para caber na barraca e dividem o espaço com a comida e roupa que ganharam e trouxeram das viagens. Enquanto alguns cobertores são transformados em colchão, a lateral da “casa” se tornou armário para os alimentos.
Por tudo ainda ser muito provisório, nem mesmo brinquedos as crianças conseguiram manter. Com 1, 4, 10 e 11 anos, todos se dividem entre ficar com a mãe o pai conforme serviços aparecem.
Mesmo tendo medo até de dormir, Elionor detalha que hoje a barraca é a melhor solução. Com o desejo de voltar a conquistar tudo o que perdeu, ela completa que agora precisa mesmo é definir por onde começar.
Para ajudar a família com emprego ou doações é necessário ir até a Avenida Fábio Zahran próximo ao Assaí Atacadista.
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