Bolada na cara rendeu casamento e quatro filhos para adversários
Durante partida, ele acertou rosto da jogadora adversária, e o que poderia ter virado briga terminou em paixão
Foi jogando vôlei que Claudemar Roberto dos Santos, de 42 anos, conheceu o amor de uma vida. Na época, ele e Jaqueline Reis de Lima, de 40 anos, eram adolescentes em times opostos disputando uma partida por diversão. Quando fez o ataque, sem querer, ele acertou a bola direto no rosto da menina que sempre via nas ruas do Bairro Nhanhá. Desde então, os dois nunca mais se separaram.
Mostrando que existem formas diferentes e nada perfeitas de conhecer alguém, o casal está junto há 25 anos. A relação que começou ainda na adolescência resultou em quatro filhos, sendo eles Gustavo, de 21 anos, Camile, de 18 anos, Carol, de 10 anos e Vinícius, de 8 anos.
No ano passado, Claudemar, que é conhecido como rapper CLR apareceu em outra matéria do Lado B. Idealizador do projeto ‘União das Quebradas’, ele promoveu um Dia das Crianças solidário para os moradores do bairro onde vive com a família.
Anos após aquele jogo, o homem apaixonado ainda lembra detalhes do dia. “Eu morava na mesma quebrada que ela e jogava no campinho. Eu gostava muito de cortar (atacar) a bola e foi um negócio inesperado. Eu dei o corte, não achei que ia pegar nela, mas depois corri para ver o que aconteceu”, explica.
Jaqueline também lembra daquele dia e a forma preocupada como o jovem que viria a ser marido agiu. “Eu sempre ficava olhando eles brincando no campinho e um dia me chamaram e eu fui. Na ocasião, ele me deu o corte de vôlei e eu até caí no chão. Aí ele veio, perguntou se tinha machucado, foi bem gentil e começamos a conversar”, fala.
A partir de então, os dois começaram a amizade e sempre que se viam no bairro ambos riam do acontecido. “Toda vez que eu passava na frente da casa dela eu comentava e a gente ria”, conta Claudemar. Não demorou para os dois jovens se apaixonarem e iniciarem o relacionamento.
A princípio, a mãe de Jaqueline não aprovava o namoro, pois achava a filha muito jovem. “Foi muito difícil, porque minha mãe não queria, ela não aceitava. Eu resolvi ficar com ele e fui embora de casa. Hoje minha mãe agradece muito por cuidar de mim e dos filhos. Ele é um pai excelente”, destaca.
Da Vila Nhanhá, eles seguiram para o Bairro Dom Antônio Barbosa onde vivem até hoje. O namoro virou casamento e para Claudemar foi algo do destino encontrar a companheira. “Eu nunca tinha namorado uma menina assim. Foi diferente, fomos levando muitas ideias até chegar no mesmo objetivo. Foi o destino. A gente se entendeu”, afirma.
Sobre as histórias vivenciadas como casal, ele comenta que são diversas. “Fomos passando por várias barreiras. É uma trajetória enorme. Se eu for contar tudo vai dar dois jornais”, brinca.
Quando o assunto é romantismo, Jaqueline não fica atrás do marido. Ela garante que a relação de ambos é para sempre. "Eu falo para ele até hoje que nosso destino é ficar velhinhos juntos, porque casamento para mim é igual no tempo antigo. A gente casa uma vez só", frisa.
Para Claudemar o que eles tem é algo que não cabe somente na palavra casamento. "É mais do que amizade, é mais do que casamento, é uma parceria. Então, a gente viveu a vida inteira juntos, a gente adotou um ao outro, é tudo junto, é um sentimento do caramba”, declara.
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