Brincadeira nas redes reaproxima professores e trajetória de ex-alunos

Já são 34 anos dando aulas. O professor de química Yoshio Fugii não é nem capaz de mensurar quantos alunos passaram por suas mãos. São centenas de jovens que tiveram parte de suas histórias atreladas momentaneamente à dele e, que depois, muitas vezes, seguiram caminhos que o professor desconhece.

Pois é, mas uma brincadeira no Facebook está ajudando professores a se reaproximarem das histórias dessas pessoas. Um foto com a frase “Você foi meu aluno (a)? Por onde anda?” está sendo compartilhada por vários professores e o resultado está sendo a adesão de vários ex-alunos.

Só na postagem do professor Yoshio são quase 400 comentários. E ele responde um a um. “Pior que maioria eu lembro. Incrível que aqueles que de alguma forma lembram de mim, foram os que me marcaram também.”

O professor está muito feliz com o resultado, apesar de acompanhar a trajetória de alguns ex-alunos, a maioria perde o contato ao longo do tempo.

“Está sendo surpreendente em vários aspectos. Cada aluno toma um rumo. Argentina, Rússia, EUA, Equador e em vários estados do Brasil. Variadas profissões também. Até ex-colegas de profissão e ex-colegas de escola se manifestaram. Mas sempre com depoimentos que nos trazem lembranças e mostram como a vida é uma história.”

Uma das alunas comentou a publicação do ex-professor de química. “Você me deu aula em 2009! Adorava, mesmo não gostando muito de química. Estou assessora jurídica no Ministério Público Estadual”.

Outra ex-aluna estuda Medicina na Universidade de Moscou, na Rússia. Já outro estudante virou médico veterinário especializado em equinos.

Para Yoshio, ajudar o aluno a ter um futuro feliz, seguindo uma carreira que lhe satisfaça sempre é objeto de interesse depois que perde o contato.

“É o que nos move na profissão. Mais do que ensinar química, ajudar o aluno a alcançar seus objetivos é o que importa. A química é uma desculpa para ajudar o aluno a aprender a estudar. Alguns a gente quer saber se seguiram a profissão que diziam na época que queriam muito, ou até alguns que diziam não gostar de estudar, para saber qual área acabaram escolhendo”.

O mais curioso também, segundo o professor, é que não há um padrão. “Notas são apenas números. O sucesso profissional depende mais da vontade, da personalidade, do caráter, das oportunidades. Mas fico feliz que nesses critérios, percebo que pude contribuir”.

Helí Cibele Campos, professora de redação, também entrou na brincadeira. Para ela, uma das coisas mais gostosas é saber que fez a diferença da vida desses alunos.

“Professor pega carona na alegria do sucesso dos alunos. Tenho alunos espalhados por vários lugares do planeta e saber deles, o que fazem e se são felizes pelas escolhas que fizeram é , ao menos para mim, uma grande realização. Sou professora de redação, a comunicação, a palavra me encanta e receber uma palavra de carinho e gratidão mesmo que depois de muitos anos separados é  uma delícia”.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.