Cabelo “mal pintado” valeu mais que experiência para vaga no shopping
Desempregada, Letícia conta que teve o currículo ignorado, sendo questionada sobre a condição de seu cabelo e sobrancelha
Uma jovem de 22 anos, Letícia Guterres, expôs em seu Facebook uma situação constrangedora a que foi submetida no último sábado (14). Durante entrevista de emprego em uma loja de roupas em um shopping de Campo Grande, Letícia teve o currículo ignorado e foi alvo de questionamentos sobre o estado de seu cabelo e sobrancelha .
Desempregada, Letícia se viu sem dinheiro nos últimos dias pra retocar a cor do cabelo, que está ruivo, mas é preto naturalmente. Ela conta que tentou explicar isso para a gerente que a entrevistava, mas não conseguiu.
“Ela me disse as seguintes coisas: “o que você quis passar com seu cabelo?”. “Eu não entendi essa cor, esse tom dele, você pode me dizer?”. Eu na hora segurei o choro sabe, e disse: “então eu to desempregada né, não tem como eu pintar ele. Mas ela não parou e ainda disse: “tem certeza que vai continuar com essa cor? Você pretende ser ruiva ainda?”E ainda me mostrou a foto de uma das funcionárias na intenção de dizer; esse é o cabelo ideias”, disse Letícia em sua postagem.
Nós conversamos com Letícia por telefone. Ela disse que no momento ficou surpresa e constrangida com a situação, mas que ainda disse a gerente que não esperava ser tratada daquela forma. “Eu agradeci a entrevista e fui embora sem terminar. Porque a gente se prepara pra uma entrevista pra responder várias coisas, de experiência, de capacidade, e de repente tudo desmorona”.
Ironicamente Letícia conseguiu emprego um dia depois como recepcionista em um salão de beleza, que inclusive retoca raízes como as do cabelo dela. “Mas nessa entrevista não questionaram sobre meu cabelo, é uma coisa que não precisa falar, eu sei que preciso mexer, e vou”.
A loja, citada nominalmente por Letícia, entrou em contato com ela via direct do Instagram e pediu desculpas. “Lamentavelmente isso não aconteceu só com você. Acionamos nossa pessoa responsável pelo processo de contratações e pedimos pra que ela preste todo o acolhimento necessário a você pois a conduta foi totalmente inadequada e nós não compactuamos isso”.
“Não to fazendo isso por drama pois não preciso, mas as empresas precisam entender que nós às vezes não temos passe, dinheiro para imprimir o currículo, então o mínimo é ter educação. Não importa se é loja de moda, beleza, acho que educação não machuca”, finaliza Letícia.
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