Celina nasceu pelas mãos da irmã querida que chegou aos 100 anos
Trio Celina, Marina e Adelaide são inseparáveis, cada uma com sua personalidade marcante e única
Uma casa de madeira, com portões de ferro, e quintal arejado, localizada na Vila Belo Horizonte, em Campo Grande, guarda a história das três irmãs Maria Rezende, Adelaide Cândida Rezende e Celina Rezende Ribeiro, cujo laço sanguíneo que as une desde o ventre, permanece firme, forte e indestrutível.
Maria é a mais velha entre seis irmãos, e completou 100 anos de dedicação pura e genuína à família nesta terça-feira (19). Ela, inclusive, foi responsável por trazer ao mundo a irmã, Celina, hoje com 82 anos, que nasceu pelas mãos de Maria um dia antes do aniversário dela.
Maria nunca namorou, nem casou, tampouco teve filhos, mas cuidou de toda a família - incluindo as irmãs, sobrinhos, netos, e bisnetos - como se tivessem saído de seu próprio ventre. A primogênita dos seis “viveu pela família”, como pontua Mirelle Dayara Ribeiro de Almeida, 34 anos, neta de Celina e afilhada de Adelaide, responsável por narrar a história.
Maria doou seu tempo, dedicação e carinho para manter o elo da família unido. Aos olhos da empresária, a tia-avó é exemplo de empatia, amor ao próximo e humildade. “Ela se anula em prol dos irmãos, em prol da família. Ela é tão maravilhosa", expressa.
Maria tanto cuidou das irmãs mais novas, que assim que Adelaide separou do marido, na época aos 36 anos, voltou para o lado da irmã mais velha, de onde não saiu mais. A irmã do meio é descrita pela afilhada, Mirelle, como a mulher de personalidade mais forte entre as três. Adelaide não teve filhos, e não se casou novamente.
Adelaide tem sua própria maneira de demonstrar afeto, através de presentes. Sempre em datas especiais, ela presenteia as mulheres da família com joias de seu acervo pessoal. "Diz que é pra não dar briga, então distribui tudo em vida. No meu aniversário de 30 anos, ganhei um porta aliança todo de brilhante, e no de 15 ganhei um solitário, também de brilhante. Todas as minhas primas, em datas especiais, ganham joias também".
Dona dos maiores "tesouros" da família, Mirelle conta que o bem mais precioso - e disputado - da idosa era um fusca vermelho, comprado novinho em folha anos antes do divórcio. Os critérios para escolher o herdeiro do automóvel são desconhecidos, mas Mirelle conta que o irmão mais velho dela acabou ficando com o bem mais precioso de Adelaide.
A avó de Mirelle, Celina Rezende Ribeiro, é a mais nova das três. Nasceu pelas mãos da própria irmã, Maria, e completou seus 82 anos um dia antes da primogênita. A única do trio que teve filhos. Ficou casada com Argemiro Ribeiro, até sua morte, há três meses atrás, com quem teve quatro filhos. Foi na casa de Celina e Argemiro que Mirelle conta ter vivido as lembranças mais felizes de sua vida.
Mirelle descreve a avó como uma pessoa grata, presente e alegre. “Celina é aquela pessoa que nunca reclamou da vida. Ela cuidou de todos os netos. Ela é a nossa vida! A gente tem muitas memórias boas na casa do meu avô e da minha avó”.
O clima na pequena casa de madeira é de pura alegria, nostalgia e felicidade. Em seu centésimo aniversário, o desejo de Maria é viver o tempo que ainda lhe resta ao lado das irmãs.
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