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Comportamento

Cícero nunca perdeu esperança e encontrou irmãs após 60 anos

Cícero era criança quando as viu pela última vez até que reencontro uniu toda a família

Jéssica Fernandes | 08/02/2023 07:31
Cícero com Zulmira (à esquerda) e Alzira (à direita). (Foto: Arquivo pessoal)
Cícero com Zulmira (à esquerda) e Alzira (à direita). (Foto: Arquivo pessoal)

É com a voz emocionada que Cícero Ferreira Barbosa, de 74 anos, relembra o dia que foi encontrado pelas irmãs que não via desde os sete anos. Vendedor, ele estava na rua quando recebeu a ligação que trouxe a notícia pelo qual passou orando nas últimas décadas.

Os reencontros foram divididos em dois momentos diferentes, sendo um em 2015 e o outro em 2019.  Primeiro veio a Alzira, de 90 anos, que Cícero diz ter visto pela última vez na infância. “A minha irmã mais velha foi para o Paraná, eu era criança, tinha sete anos. Ela ficou esse tempo todo lá e a gente perdeu o contato”, conta.

Esse contato, segundo Cícero, foi retomado graças às buscas feitas pelo filho da irmã. “Meu sobrinho do Paraná estava caçando direito. Em São Paulo, onde nasci, ele foi no cartório eleitoral, pegou meu número de telefone e me achou”, recorda.

Em 2019, família organizou um encontro em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)
Em 2019, família organizou um encontro em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)

É dessa forma resumida que o vendedor fala da busca que exigiu muito tempo e esforço. Sete anos após receber o telefonema do sobrinho, Cícero não esquece do que sentiu. “Eu fiquei muito emocionado, eu estava trabalhando na rua, fiquei cheio de emoção”, diz. Ao lembrar desse dia, ele volta a se emocionar.

Alguns segundos passam até que o vendedor firma a voz, retoma de onde parou e declara. “Daqui pra cá estamos nós falando sempre”, pontua. Ainda em 2015, Alzira veio de Curitiba para Campo Grande abraçar o irmão e conhecer a família formada por ele.

Já em 2019, Cícero e Alzira foram encontrados pela outra irmã, Zulmira, de 89 anos, que vive em Barra Bonita, São Paulo. Primeiro, ela achou Alzira que o levou direto ao irmão mais novo. “Ela achou a minha irmã e entrou em contato com a minha sobrinha”, explica Cícero.

Com a família completa, o vendedor conta que o jeito foi fazer uma grande festa numa chácara em Campo Grande para unir todo mundo. "Nos encontramos e foi aquela alegria”, destaca.

Separação - O motivo pelo qual cresceu longe das irmãs, conforme Cícero, foi um acaso da vida. “Perdemos o contato depois que a gente veio da fazenda Santa Luzia para Fátima do Sul”, comenta. Enquanto, ele ficou com os pais e a irmã Domingas, a Alzira e Zulmira se casaram e se mudaram do Estado.

Com o tempo, a comunicação por cartas foi se perdendo e Cícero diz que sofria por não saber como as duas estavam. “Sentia muito, demais, sem saber notícias”, garante.

O reencontro com elas ele coloca na conta de Deus a quem agradece pelo milagre. “Foi muito bom, demais, foi uma maravilha, foi Deus, eu orava dia e noite”, enfatiza.

Agora, Cícero está animado, pois nesta semana irá viajar para ver a irmã Alzira que completa mais um ano de vida.

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