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Comportamento

Com grafismos e cores, Sol mantém tradição Terena viva em oficina

A oficina Pigmentação da Resistência trouxe uma discussão sobre a importância da pintura corporal terena

Por Idaicy Solano | 27/10/2024 07:15
Sol Terena ministrou oficina de pintura corporal terena neste sábado (Foto: Barbara Campiteli)
Sol Terena ministrou oficina de pintura corporal terena neste sábado (Foto: Barbara Campiteli)

Cerca de 20 alunos e alunas ocuparam o ateliê de artes do Centro Cultural José Octávio Guizzo, na tarde deste sábado (26), para uma imersão na cultura e representatividade indígena.

A oficina Pigmentação da Resistência, ministrada pela empreendedora e artesã Sol Terena, trouxe uma discussão sobre a importância da pintura corporal para os povos indígenas, além de ressaltar o significado e importância de cada grafismo.

Os participantes receberam jenipapo, jenipapo verde e urucum, frutas das quais são extraídos os pigmentos, e uma palito de bambu, que são utilizadas para fazer as pinturas.

Durante a atividade, a artesã explicou sobre como é feita a produção e extração dos pigmentos a partir dos elementos da natureza, e a como trabalhar o manuseio do palito para fazer as pinturas na pele.

A artesã detalha que a pintura corporal indígena é uma tradição antiga, e repassar esse conhecimento, explicando suas origens e importância, é uma forma de manter viva a tradição.

“Para nós, a pintura corporal indígena é uma proteção. Como se estivesse protegendo o nosso corpo, representa a nossa ancestralidade que está junto com a gente, nos protegendo, nos fortalecendo”, destaca Sol.

Pigmentação extraída da semente de urucum (Foto: Barbara Campiteli)
Pigmentação extraída da semente de urucum (Foto: Barbara Campiteli)
Urucum, jenipapo e palitinhos de bambu utilizados na oficina (Foto: Barbara Campiteli)
Urucum, jenipapo e palitinhos de bambu utilizados na oficina (Foto: Barbara Campiteli)
Bancada onde Sol preparou os materiais para a oficina (Foto: Barbara Campiteli)
Bancada onde Sol preparou os materiais para a oficina (Foto: Barbara Campiteli)

Sol explica que as pinturas são comumente usadas em festas, manifestações, nascimentos e em qualquer celebração dentro ou fora das aldeias. Durante a oficina, ela ensinou dois grafismos diferentes, ambos representando a força dos povos indígenas.

Sol, que é de etnia terena e mulher PcD, é ativista dos direitos dos povos indígenas, e tem uma extensa contribuição em trabalhos voltados à preservação da cultura dos povos originários, através do compartilhamento de saberes.

A oficina fez parte da programação do Inclui MS, a primeira Mostra Literária de Pessoas com Deficiência, que abriu espaço para membros da comunidade PcD de Mato Grosso do Sul que trabalham no setor de literatura, arte e cultura, com intuito de dar visibilidade ao trabalho desenvolvido por eles.

Além de palestras e oficinas, a estrutura do evento também contou com uma exposição de artes visuais da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande), stand de livros em braile em parceria com o Ismac (Instituto Sul-mato-grossense Para Cegos Florisvaldo Vargas) e o acervo da FCMS (Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul).

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