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Comportamento

Depois de AVC aos 23 anos, alegria de Silvio é CNH de volta aos 61

Silvio é exemplo de quem resolver dar a volta por cima e chutar a insegurança para longe

Thailla Torres | 10/03/2022 07:39
José mostrando seus documentos pessoais para mostrar idade e contar história de vida. (Foto: Thailla Torres)
José mostrando seus documentos pessoais para mostrar idade e contar história de vida. (Foto: Thailla Torres)

Nesta semana, durante entrevista em um restaurante com preço acessível na Avenida Tamandaré, o Lado B deu de cara com o sorriso de Silvio José Burali, de 61 anos, que estava radiante por ter conseguido renovar sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

O que para muitos é algo comum, para Silvio, é a liberdade de poder finalmente dirigir por aí com um carro adaptado e isso precisava ser dito à sua amiga, Marli, que é proprietária do restaurante.

Foi então que Silvio topou dar uma pausa no almoço e contar sua história, ali mesmo, no restaurante.

Antes da conversa, observamos que Silvio tem uma ptose palpebral, uma condição da queda da pálpebra superior. Ele questionou se não ficaríamos constrangidos em ver seu olho. Ao ouvir que estava curiosa, ele levantou a pálpebra sem receios para mostrar como é a sequela do AVC (Acidente Vascular Cerebral) sofrido aos 23 anos.

“Imagina só, eu era um menino jovem, vaidoso, tinha uma moto, as meninas sempre me olhavam e, de repente, eu estava diferente. Sofri muito”, começa.

Para Silvio, prosseguir é essencial na vida. (Foto: Thailla Torres)
Para Silvio, prosseguir é essencial na vida. (Foto: Thailla Torres)

Sem lembrar muitos detalhes de quando sofreu o AVC, ele só recorda que tinha ido jogar vôlei antes de acordar no hospital. Os dias daquele dia em diante não foram nada fáceis. “Foi drástico, eu fiquei sem reação, eu só queria chorar.”

Com a voz rouca, ele também explica que fez a traqueostomia, e isso também foi um processo difícil. “O sujeito com muitas facilidades e pouca resistência psíquica não sabe lidar com uma situação como essa e comigo não foi diferente.”

Mas, anos depois, Silvio diz que decidiu dar a volta por cima, e uma das suas aliadas foi a fé. “Eu decidi conhecer Cristo e isso me ajudou muito.”

Na igreja, Silvio teve forças para reconhecer que, apesar da limitação, ainda existia um caminho cheio de vida para ele percorrer. “Poderia ser pior e eu não enxergar nada. Mas eu enxergo bem de um olho”, celebra.

Por isso, neste ano, ele decidiu renovar sua CNH. “É natural do ser humano gostar de dirigir, de velocidade, você acha que esse cara não queria dirigir de novo?”, questiona sorrindo.

Agora, Silvio diz que precisa adaptar o carro, que é automático. “Estou muito feliz, é um momento significativo pra mim, afinal, prosseguir é essencial na vida. Não tem coisa pior do que você estagnar”, desabafa.

Antes de voltar a almoçar, Silvio ainda deixa uma lição. “Fiquei inseguro durante muito tempo. A insegurança é uma palavra muito fácil de aproximar da gente, mas é essencial se desvencilhar dela. A vida deve continuar“, finaliza.

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