Destino fez Guilherme conhecer amor que o levou direto para França

O pianista Guilherme Augusto Vieira Silvério, de 30 anos, só precisa de um incentivo a mais para realizar o sonho de morar na França. Um romance, que começou no Brasil, fez o sul-mato-grossense arrumar as malas e partir rumo a Paris neste ano.

Há 4 meses na cidade nova e morando com a namorada Alice, ele tem vivido experiências únicas graças ao trabalho. “Estou tocando por aqui em eventos, restaurantes, a alguns dias toquei no Le Meurice, um Palácio 5 estrelas onde já morou Tchaikovsky, Salvador Dali e já recebeu celebridades como Beyoncé, Madonna, JayZ, Kim Kardashian. Um lugar fantástico, banhado por ouro por toda parte e cheio de obras de arte”, conta.

Mas antes de falar sobre a vida na França, Guilherme volta alguns anos quando ainda estava aprendendo a tocar piano. Natural de Campo Grande, ele começou a estudar música cedo por incentivo dos pais e o primeiro instrumento dado de presente veio aos 10 anos.

“Meu pai chegou em casa no Chevette verde e me pediu pra abrir o porta-malas e pegar uma mala pra ele. Eu fui lá, abri o porta-malas e era um trompete, meu sonho era tocar trompete na igreja. Aí logo comecei a aprender e bem rápido eu entrei na orquestra, depois de uns meses eu decidi que queria aprender piano”, recorda.

Aos 11 anos, Guilherme iniciou os estudos em piano e nunca mais parou. “É o instrumento da minha vida”, afirma. Na Capital, o pianista tocou em diversos grupos musicais, eventos, casamentos e até na Orquestra Sinfônica de Campo Grande. Graças ao talento na música, ele conseguiu servir na Base Área como músico da Força Aérea Brasileira.

Após a passagem na Força Aérea Brasileira, o pianista continuou se apresentando em outros locais e de projetos musicais. Em 2019, ele chegou a ir à Argentina aprender sobre jazz. “Fiz uma viagem pra Argentina motivado por aprender mais sobre jazz e tango que estava sendo minha maior paixão, conheci alguns músicos, fiz amizades e comecei a fazer minhas próprias composições”, diz.

A pandemia interrompeu a agenda de trabalho do pianista que, assim como a maioria dos brasileiros, se viu sem serviço no período. Nessa época, o sonho de ir à Europa começou a falar mais alto.

“Comecei a procurar possibilidades, programar e pesquisar tudo a respeito. Recebi algumas propostas para tocar em navios na costa europeia e pelo litoral do Brasil também, mas era muito incerto por conta da pandemia. Não sabiam se poderia embarcar ou não, foi sendo adiado muitas vezes”, comenta.

Já em 2021, os caminhos de Guilherme e Alice estavam perto de se cruzar. Ele se mudou para São Paulo, voltou a tocar e deu continuidade aos projetos musicais. A vivência no estado fez o pianista se recuperar ‘do baque’ da pandemia.

O sonho de ir viver em Paris, segundo o pianista, não foi deixado de lado. “Meu sonho de morar na Europa continuava vivo, sempre fui apaixonado especialmente por Paris, a música, a literatura, a filosofia e a história francesa sempre me despertou muito entusiasmo e curiosidade. Em janeiro de 2023 eu conheci alguns franceses em São Paulo, viramos amigos e nas conversas eles me explicaram sobre algumas possibilidades”, conta.

Através desses amigos, o campo-grandense conheceu Alice e os dois acabaram se apaixonando. “Ela estava fazendo pesquisa acadêmica no jardim botânico para sua tese de doutorado em fisiologia das plantas pela universidade de Paris. A gente viveu um lindo romance em São Paulo já sabendo que em 3 meses ela viria pra Paris, fomos nos aproximando cada dia mais e a vontade de ficar juntos ultrapassou todas as barreiras”, afirma.

Esse encontro, conforme ele, foi algo inesperado. “Tinha o sonho de morar em Paris, sempre imaginei passar um tempo por aqui e voltar, mas o destino me surpreendeu com um grande amor, uma grande amiga e tudo continua acontecendo com muita paixão”, destaca.

Alice voltou para Paris, enquanto Guilherme seguiu morando em São Paulo. À distância, eles mantiveram contato frequente. “Conversávamos todos os dias por telefone e videochamada, assistimos filmes e séries por chamada de vídeos e esperamos por 3 meses”, diz.

Como ambos queriam ficar juntos, o pianista iniciou a corrida pelo visto. Depois de documentos, a mudança onde vendeu tudo, Guilherme embarcou com destino à França.

“Cheguei bem no verão então aproveitei muito o sol europeu, estou fazendo um tour cultural, conhecendo muitos artistas, museus, aprendendo o idioma e vivendo um grande amor. Paris é um lugar realmente muito apaixonante”,  destaca.

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