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Comportamento

Do forró a música clássica, alunos levam prêmio pelo talento com instrumentos

Na final do Prêmio Helena Meirelles de Música Instrumental da Reme, ele tocaram Beethoven e Luiz Gonzaga

Jéssica Fernandes | 29/09/2022 06:28
Orquestra de Metais e Percussão ficou em primeiro lugar na 4º edição do evento. (Foto: Paulo Francis)
Orquestra de Metais e Percussão ficou em primeiro lugar na 4º edição do evento. (Foto: Paulo Francis)

A tarde de quarta-feira (28) foi bastante musical para cerca de 30 alunos do ensino fundamental. De Beethoven a Luiz Gonzaga, eles interpretaram diferentes estilos na final do Prêmio Helena Meirelles de Música Instrumental da Reme (Rede Municipal de Ensino).

O Complexo Multiuso da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) serviu de palco para as 13 apresentações realizadas em orquestras, duos, trios e solo. Durante duas horas, os participantes esbanjaram talento tocando flauta, violão, ukulele, violoncelo, tuba, trompete e outros instrumentos de sopro.

Os três primeiros colocados foram os alunos da Orquestra de Metais e Percussão da Escola Municipal Eduardo Olímpio Machado; Emanuel Geovanny da Costa Paiva da Escola Municipal João Cândido de Souza e Marcus Vinícius de Barros Muniz da Escola Municipal Vanderlei Rosa. Com direito a premiação, eles receberam um violão, carron e pandeiro.

Com ukulele, Marcos interpretou 'Mercedita' ao lado da professora Kétlen. (Foto: Paulo Francis)
Com ukulele, Marcos interpretou 'Mercedita' ao lado da professora Kétlen. (Foto: Paulo Francis)

Antes de sair o resultado do concurso, Marcos Vinícius de Barros, de 13 anos, conversou com o Lado B. Ele falou sobre a apresentação da música 'Mercedita' e a relação que tem com o instrumento escolhido. “Eu tocava ukelele há quatro anos, mas nesse ano comecei a tocar mais. Eu estava muito nervoso, é a minha primeira vez participando”, diz.

Além do ukulele, Marcos pretende aprender a tocar atabaque, pois gosta do poder que a música tem em o distrair no dia a dia.  A professora Kétlen Ane dos Santos Silva fala sobre a preparação feita com o estudante para o concurso e a homenagem feita à Helena Meirelles.

“A gente já tinha tocado Mercedita durante as aulas. Nós temos um repertório bem grande, quando veio para a música instrumental resolvemos pegar ela para homenagear a Helena. Passamos a treinar mais firme o solo, porque o Marcos gosta mais de tocar a parte solada”, explica a professora.

Veja o vídeo: 

Em relação a oportunidade de representar o colégio com os alunos, Kétlen comenta sobre o sentimento de orgulho e o compromisso em participar dessas iniciativas. “É super legal, é um orgulho, é importante. A gente sempre que pode participa dos festivais. Durante o ano deixamos uma carta na manga para na hora que tiver alguma apresentação termos uma coisa legal para tocar”, fala.

O técnico em música da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Marcos Assunção, de 45 anos, é o responsável pelo projeto Arte e Cultura. Ele comenta sobre o começo do projeto e os valores trabalhados com os alunos por meio da música instrumental.

“Esse projeto começou em 2017 e a proposta é privilegiar os alunos do instrumental. É uma música que está longe da indústria cultural, então a música instrumental já traz a importância da apreciação, dos valores existentes no contexto de criação dessa arte e de outras questões relacionadas à educação do indivíduo”, justifica Marcos.

Victor fala sobre os desafios em aprender a tocar violoncelo. (Foto: Paulo Francis)
Victor fala sobre os desafios em aprender a tocar violoncelo. (Foto: Paulo Francis)

Para participar do concurso, Victor Leal dos Reis, de 15 anos, aceitou aprender a tocar o instrumento que ninguém queria, o violoncelo. Desde que começou a se preparar para apresentação, ele aprendeu quatro músicas diferentes. O estudante relata as dificuldades e o que mais gostou no processo.

"Eu vi que era um instrumento grande que ninguém pegava e eu gostei. O violoncelo é um som rouco, forte e grave. Eu gostei disso e o que mais é difícil é controlar o som”, afirma Victor.  O projeto também possibilitou que ele conhecesse mais a música instrumental. "Eu na verdade não tinha nem contato, mas a minha mãe gosta muito”, conta.

Outra pessoa que se aproximou mais da música é a aluna Ana Beatriz, de 15 anos, da Escola Municipal Doutor Tertuliano Meirelles. Após se mudar para o colégio, ela voltou a fazer aulas de flauta. Ao lado de outros colegas, ela interpretou ‘Asa Branca’ de Luiz Gonzaga.

Ana Beatriz foi uma das alunas que participou da final do concurso. (Foto: Paulo Francis)
Ana Beatriz foi uma das alunas que participou da final do concurso. (Foto: Paulo Francis)

A jovem conta sobre o retorno às aulas e a vivência que tem em concursos de música. “Eu tocava desde o quarto ano, porém parei um tempo e voltei agora. Eu gostei bastante, na hora de pegar deu uma puxadinha no começo, mas foi tranquilo. O coração tá disparado, mas eu já tinha experiência por ter tocado outras vezes com outra escola”, explica.

Para quem veio de outra cidade das aulas em Campo Grande, a iniciativa de valorizar o estilo musical é surpreendente. É o que afirma o professor Rafael Fontinelli, de 39 anos.

“Eu achei maravilhoso ter música instrumental na escola, porque você não vê isso. Eu nunca vi em nenhum outro lugar do Brasil e achei inovador aqui em Campo Grande. Geralmente as escolas promovem música cantada, então os meninos têm essa vivência com os instrumentos. Eles vivenciam isso de forma bem saudável e educativa”, ressalta.

Rafael Fontinelli elogia a iniciativa de valorizar a música instrumental. (Foto: Paulo Francis)
Rafael Fontinelli elogia a iniciativa de valorizar a música instrumental. (Foto: Paulo Francis)

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