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Comportamento

Em casa, Marlene vive rodeada de plantas e ‘relíquias’ de quatro patas

No lugar onde foi criada pela mãe, a aposentada dedica os dias aos cuidados com o jardim, a família e os cães

Jéssica Fernandes | 16/07/2023 07:30
Apaixonada por plantas, Marlene criou cantinho especial em casa. (Foto: Jéssica Fernandes)
Apaixonada por plantas, Marlene criou cantinho especial em casa. (Foto: Jéssica Fernandes)

No Bairro Taveiropolis, Edir Marlene do Nascimento, de 72 anos, vive entre as plantas que adora e os quatro cachorros que são “relíquias”. A casa amarela, que hoje é de alvenaria, um dia foi de madeira e rodeada pela ‘floresta’ que a mãe Elida Vera cultivava.

Mãe de sete, avó de 15 e bisavó de 12, Marlene começou a trabalhar como enfermeira no Hospital Militar de Área de Campo Grande aos 16 anos. Após anos na profissão partiu para a área da educação. Há 11 anos, ela é aposentada e desde então dedica tempo à casa, as flores, os filhos de quatro patas e à produção de cestas.

“Minha terapia é mexer com cesta café, eu amo mexer com cesta, festa. O negócio é não parar, você para e enferruja. Apesar de estar tudo enferrujada, eu gosto”, afirma.

(Foto: Jéssica Fernandes)
(Foto: Jéssica Fernandes)

Marlene é uma mulher alegre e demonstra muito afeto quando fala dos filhos, netos, bisnetos e também dos cachorros que são verdadeiros companheiros. Em casa, ela cria uma vira lata e três bassets que ganharam o nome de Corintiana, Judi, Black Label e Cachaça.

Os nomes são inspirados no time de coração e em bebidas que Marlene gostava de tomar antes do diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. Os cachorros, sendo um macho e três fêmeas, são os que mais fazem companhia para Marlene. “São minhas relíquias, meus companheiros, porque todo mundo sai pra trabalhar e eu fico aí com eles. São minhas relíquias”, enfatiza.

Ao falar sobre a história da casa é inevitável a moradora não lembrar da mãe. Na fachada, ela pendurou a placa de madeira “Recanto da vó Marlene” que harmoniza com as flores, plantas e os cachorrinhos que vivem no portão. O conjunto faz a residência dela ser bastante única.

No centro da foto, a dona Elida com os filhos na casa do Bairro Taveiropolis. (Foto: Jéssica Fernandes)
No centro da foto, a dona Elida com os filhos na casa do Bairro Taveiropolis. (Foto: Jéssica Fernandes)

Para além da placa, a palavra recanto tem um significado de dar continuidade ao que a mãe ensinou e gostava. “A minha mãe morou aqui, aqui era uma floresta Amazônica. Faz 20 anos que perdi minha velha, então continuo com aquilo dela. Recanto pra mim é um local para reunião de família, amigos e colegas. Eu prossigo aquilo que minha velha tentou”, comenta.

Em frente de casa, ela plantou uma flor que na época a mãe pediu. “Essa dama cheirosa eu plantei pra ela quando estava internada. Ela falava: ‘Planta ali minha filha pra vir o cheio aqui no meu quarto’. Mas ela não aproveitou, ela morreu de leucemia no sangue”, conta.

Os vestígios da ‘floresta amazônica’ que dona Elida cultivava hoje não existem mais. No lugar das antigas plantas, Marlene plantou outras que depois de um tempo também se mudaram. O apego era tão grande que antes de ir para Aquidauana, ela encheu metade da caminhonete com os vasos e as mudas.

Aposentada rodeada pelos quatro cachorros que são relíquias. (Foto: Jéssica Fernandes)
Aposentada rodeada pelos quatro cachorros que são relíquias. (Foto: Jéssica Fernandes)

No interior, ela viveu durante sete anos com a filha que estudava Zootecnia. “Eu sou filho de aquidauanense, mas fui criada nesse chão aqui, nesse terreno. Fiquei sete anos aí a gente voltou”, recorda. Ao recordar essa parte da trajetória, a aposentada relata que o segundo marido faleceu de câncer.

Apesar das perdas, as diversas cirurgias que fez, sendo uma delas devido ao aneurisma, Marlene não se deixou abater. “Eu sou toda remendada. Eu não tenho mais o que remendar”, ri. De bem com a vida, a única coisa que pode a tirar do sério é dizer que ela tem plantas de mais.

Após mostrar o jardim na frente da casa, ela abre caminho para mostrar a coleção que fica nos fundos. Orquídeas, rosa do deserto, costela de adão, comigo-ninguém-pode, cactos, suculentas, primavera, fortuna e jiboias se espalham no lugar.

Nos fundos, moradora tem coleção de plantas que se espalham. (Foto: Jéssica Fernandes)
Nos fundos, moradora tem coleção de plantas que se espalham. (Foto: Jéssica Fernandes)

A conversa no quintal revela os conhecimentos que Marlene tem desde como plantar corretamente, quais pedras são boas para ter em casa e como é a rotina no bairro. “Eu levanto 5h30 da manhã, limpo o quintal por causa dos cachorros e vou nas minhas plantas”, diz.

Assim, dia a dia, Marlene segue a vida rodeada de lembranças e tudo que a faz bem.

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