Em entrega de intimação, Eurídice conheceu o amor da sua vida
Casal que está junto há 63 anos jura que o segredo do casamento duradouro é paciência e dedicação
Era para ser só mais um dia de trabalho para o oficial de justiça Eurídice Alves de Faria, 92 anos. Em 1952, ele pegou a bicicleta e seguiu rumo a Rua 15 de Novembro para entregar um mandado e, no endereço, conheceu a mulher por quem se apaixonou, Elena Nogueira de Faria, 80 anos.
Juntos há 63 anos, o romance do casal rendeu três filhos, quatro netos e um bisneto. Antes de oficializar a união, no dia seis de dezembro de 1958, Eurídice e Elena cumpriram anos de namoro.
Ao Lado B, Eurídice recordou como começou a relação que segue firme até os dias atuais. “O pai dela entrou com uma ação de desquite contra a mãe e eu fui nomeado para fazer a intimação. Ela morava na 15 de Novembro, foi lá que conheci ela e gostei dela. Ela era novinha e eu já tava velho”, ri.
Depois de um tempo, Elena saiu de Campo Grande e seguiu para Dourados. À distância, ela e Eurídice mantiveram o relacionamento. “Naquele tempo, eu quase não tinha liberdade de sair, depois, fiquei morando muito tempo em Dourados com o meu pai. De lá, noivamos e casamos aqui em Campo Grande”, conta Elena.
O oficial de justiça aposentado garante que o namoro funcionava na base do respeito. “Eu ia lá visitar ela, ela era meio arisca. Nós não tínhamos esse negócio de ficar de beijação, não tínhamos nada disso. Tínhamos uma amizade, o pai depois colocou a gente no altar”, afirma.
O pai da Elena foi o grande responsável por unir os dois, pois durante o namoro, os jovens não cogitavam o casamento. “Não pensávamos em casar, mas o pai dela falou: 'Se você está namorando a minha filha, é para casar'. O que ele falou para mim foi excelente e eu cumpri”, ressalta.
Após o casamento, eles voltaram para Campo Grande e construíram a vida juntos. Eurídice continuou atuando na profissão, enquanto Elena trabalhou como costureira. “Eu costurei durante muito tempo, costurei até para a escola de samba da Vila Carvalho”, lembra.
Questionada sobre o segredo do casamento, Elena revela que é necessário praticar algumas virtudes, sendo a paciência uma delas. Ela também ressalta que a união nem sempre foi fácil, mas o casal conseguiu ficar firme. “Tolerância, procurar compreender, você tem que ter paciência, saber relevar as coisas. Não é fácil, mas a gente chega lá. Não adianta falar que é um mar de rosas, porque a vida não é um mar de rosas”, enfatiza.
Já para Eurídice, a devoção também foi algo importante para os 63 anos de união. “Como oficial de justiça, eu sempre fui dedicado, então, eu também me dediquei como marido. Eu fui dedicado, tinha que honrar o casamento e, graças a Deus, tenho até hoje a companhia dela. Graças a Deus, vivemos bem e estamos bem”, conclui.
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