Empresária, Ana Paula viu Las Vegas se transformar em cena de filme
Ela é campo-grandense, mas há 7 anos vive nos Estados Unidos onde o coronavírus fez a população se trancar em casa
Vivendo em Las Vegas há sete anos, Ana Paula Monteiro Ayres relata que o coronavírus transformou o local em cena de filme. De repente, uma das cidades mais movimentadas foi ficando deserta e na rua, só dá para ouvir o som do vento.
“São 3.728 pessoas infectadas, dessas vieram a falecer 155 pessoas. Muitas delas, já eram vulneráveis, pois faziam parte do grupo de risco”, diz.
A cidade está localizada no estado de Nevada e sempre chamou atenção pela beleza mostradas nos filmes. Contudo, desde que o vírus se espalhou por lá, a situação foi ficando tensa. “Uma das ruas mais movimentadas do país, que é a Las Vegas strip, rua dos cassinos, está completamente fechada, todos os cassinos fechados, parece até uma rua fantasma”, fala.
Aos 31 anos, Ana Paula é campo-grandense e relata que resolveu mudar de país após receber uma boa proposta de emprego na Califórnia. Aos poucos, foi se estabilizando, montou uma empresa de turismo e desde então vive em Las Vegas. “Aqui mora eu, meu esposo e nossos três filhos”.
Estava dando tudo certo, até que o coronavírus chegou, e se alastrou pelo mundo. “Foi na meia-noite do dia 17 para 18 de março, que o governador anunciou que todos os serviços não essenciais teriam que fechar. A situação agora é que estamos de quarentena, e isso vai perdurar até 30 de abril, ou seja apenas 1º de maio é que tudo reabrirá novamente, assim espero”.
Na sua empresa de turismo, muitos clientes tiveram que cancelar ou adiar as viagens, já que por lá, o presidente Donald Trump deu a ordem para o fechamento das fronteiras. “Receosos, alguns cancelaram e outros remarcaram para 2021”, conta.
“Dá aquele frio na barriga, pois um dos maiores impactos está sendo justamente na área do turismo. Trabalho com turismo exclusivamente para brasileiros, então atuar com uma porção pequena de público assim nesse momento, torna tudo bem mais assustador. Espero que tudo isso passe logo”, desabafa.
Por um lado, a paralisação de tudo foi boa, pois evitou que muita gente se infectasse com o vírus. “Em contrapartida, o financeiro fica muito prejudicado, porém os bancos daqui estão oferecendo o prazo de até 120 dias para as pessoas voltarem a fazer os pagamentos. Isso vale para financiamento de carros, casas e aluguel”, relata.
Os moradores estão seguindo à risca as recomendações de prevenção ao vírus. Quase não se vê gente pelas ruas da cidade, apenas alguns que saem para comprar o essencial, alimentos ou remédios, e voltar para a casa.
“Por aqui está tudo parado, apenas serviços e prestadores de serviços essenciais estão funcionando. O resto, está tudo completamente fechado”, comenta Ana Paula.
Em sua casa, as coisas estão mais tranquilas, já que a família está tomando todos os cuidados recomendados. “Só entramos em casa pela garagem, lá deixamos as roupas, pois dali vai direto para máquina de lavar, e quando vamos às compras, também fazemos o mesmo processo com as roupas. Dispensamos as sacolas do mercado no lixo e limpamos cada item comprado antes de entrar com ele, da garagem para a casa”, diz.
“As recomendações são para evitar ao máximo sair de casa e se relacionar com pessoas que estão fora do convívio da casa. Evitar lugares que tenham aglomerações, não levar a mão ao rosto de maneira alguma, lavar as mãos o máximo de vezes possíveis, manter sempre um álcool gel ao alcance, etc”.
Apesar do cenário do coronavírus no país, Ana Paula comenta que não pensa em retornar para o Brasil. “De maneira alguma, aqui é minha morada, minha empresa, a casa dos meus filhos. Tudo isso vai passar e voltarem ao normal o mais rápido possível”, espera.
Enquanto isso, Ana Paula e família permanecem em quarentena. “Demorou para cair a ficha quando tudo isso começou, mas depois de dez dias de isolamento, para manter minha paz, deixei as redes sociais de lado. Não liguei mais a TV e deixei de seguir muita gente que estava propagando coisas tóxicas porque estava me fazendo mal”.
Ela comenta que em época de emergência, a última coisa que gostaria de receber é energias ruins ou assistir qualquer coisa que seja negativa. “É hora de emanar coisas boas, isso é o que a gente precisa, positividade, fé e muito amor para poder passar por isso”, conclui.
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