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Comportamento

Encontro discute a realidade LGBTQI+ e a saúde mental de jovens indígenas

Aldeia Cerrito, no município de Eldorado sediou o 8º Encontro da Juventude Guarani Kaiowá

Por Thailla Torres | 17/10/2023 11:02
O evento realizado com o objetivo de propor e dar visibilidade as demandas dos jovens indígenas, contou com a presença de representantes de 16 municípios
O evento realizado com o objetivo de propor e dar visibilidade as demandas dos jovens indígenas, contou com a presença de representantes de 16 municípios

A Aldeia Cerrito, no município de Eldorado sediou o 8º Encontro da Juventude Guarani Kaiowá (RAJ – Retomada Aty Jovem), que levou para o debate a “Luta, Resistência, Territorialidade, Tekoha – Garantindo a voz da Juventude Guarani Kaiowá”.

O evento realizado com o objetivo de propor e dar visibilidade as demandas dos jovens indígenas, contou com a presença de representantes de 16 municípios sul-mato-grossenses, discutindo a demarcação e direitos, juventude, mulheres, diversidade, educação e saúde indígena.

Presente no evento o Coordenador do Centro Estadual Centro Estadual de Cidadania LGBT+, ligado a Subsecretaria de Estado de Políticas Públicas LGBT+, Jonathan Espíndola, ressaltou a importância do diálogo sobre as pautas LGBTQIA+, com esses jovens.

“Fomos convidados pela organização para estar presente no encontro com a proposta de escutarmos as demandas desses jovens, falando sobre LGBTfobia, violências, mas também sobre saúde, a saúde mental dos jovens. Entendemos que ser indígena e ser LGBT+ é carregar dois estigmas sociais que causam muito sofrimento. Foi um momento para iniciarmos a desconstrução dos preconceitos e levar informações sobre direitos. Nosso próximo passo é encaminhar o relatório com as demandas para as autoridades competentes, fazendo nosso papel de levar a transversalidade e a construção de políticas públicas eficientes para todas as pessoas”, conclui.

Saúde Mental

De acordo com o primeiro estudo nacional realizado pela Fiocruz juntamente com a Universidade de Harvard, os casos de suicídio entre a população indígena, têm sido alarmantes. O estudo avaliou taxas de suicídio durante o período de 2000 a 2020 e mostrou um risco desproporcionalmente maior em indígenas, principalmente naqueles de 10 a 24 anos. As maiores taxas de suicídio estão principalmente nos estados do Amazonas e Mato Grosso do Sul.

Segundo o Censo do IBGE, são 116 mil povos indígenas de oito etnias, sendo o terceiro estado com a maior população indígena do país. As possíveis causas para esses dados são o apagamento da cultura indígena, violência, discriminação e as dificuldades no mercado de trabalho e também conflitos territoriais. As análises foram efetuadas a partir do banco de dados oficial de mortalidade do Ministério da Saúde do Brasil.

Segundo o Subsecretário de Políticas Públicas para os Povos Originários, ligado a Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), Fernando Souza, às altas taxas de suicídio dentro das aldeias do Mato Grosso do Sul, se tratam de um caso de saúde pública, ele explica os possíveis fatores.

“São um conjunto de fatores, eu sou indígena, vivo na comunidade, convivo com esse público e tenho dialogado muito com crianças e jovens e muitos deles não tem mais sonhos. É uma faixa etária muito difícil a passagem da criança para adolescência e da adolescência para a juventude. Na comunidade indígena é um pouco mais grave pela falta de acesso às políticas públicas que promovam a dignidade”, frisa.

Fernando Souza, relata que é necessário a fomentação de políticas públicas, no esporte, cultura, educação, cidadania, saúde pública, estrutura, áreas importantes para o desenvolvimento principalmente das crianças dentro das aldeias. Ele ressalta que muitas crianças indígenas em idade escolar, ainda estão fora das escolas, e que esse é um dos fatores significativos para altas taxas mencionadas.

“Quando citamos a construção de políticas públicas, entra a transversalidade da nossa pasta, articulando com outros órgãos de dentro do governo e sociedade, a fim de executar ações que cheguem até quem mais precisa”, finaliza.

O Centro Estadual de Cidadania LGBT+  fica na Avenida Fernando Correa da Costa, nº 559.

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