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Comportamento

Estudantes da UFMS criam grupo contra ataques a gays, lésbicas e transexuais

Lucas Arruda | 20/08/2015 06:34
Primeira reunião da comissão foi na terça-feira (18), na UFMS (Foto: Vanessa Tamires)
Primeira reunião da comissão foi na terça-feira (18), na UFMS (Foto: Vanessa Tamires)

Diariamente vemos no País pessoas agredidas por causa da orientação sexual ou de gênero. Pior ainda é quando esse tipo de ataque ocorre dentro de uma universidade. Como a homofobia vem deixando suas marcas, junto da lesbofobia e da transfobia, um grupo de estudantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) criou o CADELGBTT (Comissão de Autodefesa LGBTT).

Na terça-feira, durante a primeira reunião do grupo, cerca de 25 pessoas, em sua maioria estudantes da universidade, começaram as ações que, a partir de agora, terão reuniões semanais, sempre às terças, às 18 horas, na UFMS.

Na própria Universidade, houve um caso de preconceito que ganhou grande repercussão no fim do ano passado, quando a transexual Claire Leal teve que sair escoltada do Restaurante Universitário, após fotografar pessoas que a agrediram verbalmente e lhe fizeram ameaças.

São esses tipos de ataques que o grupo quer evitar. Eles pretendem conscientizar a população sobre questões de gênero e orientação sexual, mostrar que a violência nunca é a resposta.

Nos encontros, serão feitos relatos de experiências, onde as pessoas poderão falar sobre o preconceito que sofrem ou situações vividas por amigos, familiares ou conhecidos. Também serão feitos debates sobre gênero e orientação sexual.

O estudante Carlos Eduardo Elias é o criador da Comissão de Autodefesa LGBTT
O estudante Carlos Eduardo Elias é o criador da Comissão de Autodefesa LGBTT

O criador do comitê, Carlos Eduardo Elias, conta que ele próprio já esteve em situação de preconceito, até ao chegar em casa com o namorado uma vez, sendo hostilizado por vizinhos. “Depois que você sente na pele o preconceito, sua revolta fica muito maior”, afirma.

Um dos participantes do primeiro debate, que não quis se identificar, espera que seja um espaço para debates e conscientização. "Os participantes conversam, expõem situações vividas. Isso é muito importante para a construção de ações objetivas no sentido de combater o preconceito e ataque que vivemos”, reflete.

Além dos encontros, a comissão também promoverá oficinas, como de autodefesa física e conscientização sobre questões de gênero e orientação sexual e, eventualmente, serão feitas manifestações. “Tudo ainda está no começo, estamos definindo nossas diretrizes e como faremos tudo isso”, explica Carlos.

A Comissão de Autodefesa LGBTT também conta com o apoio e participação do Comitê de Autodefesa das Mulheres, que atua há mais tempo. “A homofobia, lesbofobia e transfobia está diretamente relacionada ao machismo, por isso é muito importante termos essa parceria”, explica o criador da comissão.

Toda a sociedade está convidada a participar dos encontros e eventos promovidos. Mais informações pela página da comissão no Facebook.

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