Ex-pastor e piloto, Carlos virou babalaô e faz previsões para 2023
Carlos conheceu o sistema divinatório Ifá em 1998 e em 2011 se tornou sacerdote
A partir do Ifá, um sistema divinatório que tem origem na etnia iorubá, o babalaô Carlos Eduardo Borges, de 42 anos, faz previsões desde 2011 em Campo Grande. E, adiantando as mensagens sobre 2023, o sacerdote garante que o próximo ano não será fácil.
Já tendo sido piloto de aviões, Carlos é formado em Ciências Aeronáuticas, Análise de Sistemas e Ciências Políticas, mas realmente se dedica ao oráculo africano. Como ele conta, sua história é um tanto diferente das tradicionais e só se encontrou no Ifá tempos depois de se tornar pastor evangélico.
Antes de detalhar sua história com as religiões e sistemas de matriz africana, o babalaô explica sobre o que são as previsões do Ifá. “O Ifá é a intermediação entre o homem e Deus, quando consulto o Ifá, estou pedindo a Deus. Então, Ifá é a sabedoria divina e nós, babalaôs, somos o porta-voz do Ifá. Por isso as previsões são exatas”.
Desde 2005, o sistema divinatório é um patrimônio imaterial da humanidade e, sobre sua origem, só se sabe que é um oráculo muito antigo. “Ele veio para o Brasil junto com os escravos, mas o que realmente se destacou no Brasil foram os Orixás. E o Ifá, por ser muito complexo, acabou ficando nos bastidores”, diz Carlos.
Usando do jogo de búzios e rituais próprios, o babalaô fez previsões sobre 2023 e garantiu que o próximo ano será pesado. “Haverá dificuldades no âmbito geral, os brasileiros precisam se preparar porque no início do primeiro semestre vamos ter algumas dificuldades econômicas. Mas no próximo semestre vamos ter uma certa estabilidade econômica, então vamos poder respirar novamente e poder ter alegria de volta ao rosto”.
Além do cenário econômico, o oráculo também revelou que uma nova pandemia irá elevar o número de óbitos no Brasil e no mundo, como diz o babalaô. “Ifá vem dizendo para que tenhamos resiliência e, principalmente, paciência para o ano de 2023. Para as coisas ruins que estão acontecendo em nível não de Brasil, mas mundial”.
Com esse cenário em mente, as recomendações do babalaô são acompanhadas de algumas dicas e rituais. “Eu recomendo que as pessoas façam um banho tradicional com água de canjica. Cozinhe bem a canjica, que é um elemento claro, para trazer a claridade para a vida da pessoa, tranquilidade e luz”.
Já para atrair prosperidade, a receita de Carlos é um banho de cravo e canela. “Fazer um chazinho dos dois juntos e jogar os elementos da cabeça aos pés para ter uma ótima entrada de ano. Como vamos ter um ano turbulento, a roupa clara é a mais recomendada”.
Piloto, pastor e babalaô
Para Carlos, o Ifá sempre se mostrou um oráculo exato e, contando ter sido atingido pelas mudanças causadas pelo sistema divinatório, deixou sua antiga profissão para trás. Mas, antes de chegar ao cargo de sacerdote, passou por outras crenças.
“Eu conheci o Ifá através do candomblé porque estava procurando melhor aprimoramento. Normalmente, as pessoas migram para o cristianismo, principalmente para o meio evangélico, mas comigo foi ao contrário”, diz o babalaô.
Inicialmente, seu sonho era ser pastor e ele realmente exerceu a função na Igreja Adventista do 7º dia. Tempos depois, Carlos conheceu o candomblé e ali encontrou o Ifá.
Nada fácil, o caminho para mergulhar no oráculo envolve estudos durante seis anos para a formação e, passando por todo o trajeto, ele se tornou sacerdote. “O Ifá é uma filosofia que está dentro da ciência, mas que não é ciência. Está dentro da religião, mas não é religião, dentro da saúde, mas não é saúde. Ele aborda todos os contextos do ser humano e usa uma prática mais antiga do que o cristianismo. Dentro do Ifá você encontra todas as respostas que precisa”.
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