Foto é lembrança inesquecível de quando Vinícius foi coroinha do Papa
Ele tinha 10 anos na época em que ajudou o Papa João Paulo II, durante a missa que o líder religioso fez em Campo Grande, em 1991
Mesmo após 28 anos, foto ainda é tbt inesquecível para Vinícius Baccin que foi coroinha do Papa João Paulo II, em Campo Grande. O líder religioso visitou à Capital em outubro de 1991 e arrastou multidão por onde passou. Sua presença marcou a vida de muitos fiéis, foi um marco histórico para o Estado e uma sensação incrível para o menino de 10 anos escolhido para ajudá-lo durante a santa missa na Praça do Papa.
“O coroinha auxiliava na hora da missa. O objeto que levava era um recipiente onde ficava incenso e mirra, que usava nos tempos antigos e foi um dos presentes que Jesus Cristo recebeu quando nasceu. Fui o responsável por levar isso, mas não lembro se foi o bispo quem colocou o incenso dentro do turíbulo, onde tinha brasa incandescente e fazia fumaça”, lembra.
As lembranças da época vêm e vão da memória de Vinícius, que hoje cresceu e é um empresário. Quase três décadas depois da vinda do Papa João Paulo II, ele conversa com o Lado B e conta como foi ser escolhido para auxiliar o líder religioso.
“A visita do Papa pelo mundo é algo bem noticiado. Tinha vindo visitar três ou quatro cidades naquela época. Existiam comentários, mas não imaginava que ia cair no meu colo ser coroinha do Papa. Foi a maior felicidade da minha mãe”.
Durante o bate-papo, ele recorda que morava próximo da Igreja Nossa Senhora Auxiliadora. “Lá, tinha um oratório criado pelo Dom Bosco, era um espaço para os jovens interagirem. Eu jogava basquete, mas para frequentar o local, precisava fazer parte da comunidade”, diz. Foi o que fez e passou a fazer parte do grupo de coroinhas.
“Eram os salesianos quem comandavam as missas, que diferentemente de outros locais, contavam com coroinha, incenso, turíbulo. Na vinda do Papa, pensaram em colocar isso em prática e escolheram de 10 a 12 coroinhas da igreja para fazer parte da celebração”, recorda.
A escolha foi realizada e na lista, além de Vinícius, Francisco Severino da Silva Neto, de 12 anos, também tinha sido selecionado para ajudar o Papa durante a celebração da santa missa. Na época, os dois deram entrevista a um jornal local e foram chamados de Cosme e Damião.
A reportagem falava da emoção dos meninos ao verem de perto o Papa João Paulo II. Por nove meses, o Lado B fez buscas e tentou encontrar Francisco para recordar da história junto com Vinícius, porém sem sucesso.
No entanto, Vinícius tem boa memória e recorda de muitos detalhes ocorridos há 28 anos. “Todo mundo queria ver o Papa. Lembro que ele saiu do aeroporto, passou pela Avenida Duque de Caxias, que estava lotada de gente para vê-lo. Sabia quão grande era, o maior líder religioso do mundo”, fala.
“A cidade se preparou para a chegada do Papa. As ruas foram mexidas por conta do papa móvel, um terreno baldio foi arrumado e virou o papódromo”, completa ele se referindo ao espaço que hoje é conhecido como Praça do Papa.
Para o evento, alguns coroinhas usaram túnicas brancas com faixa amarela, enquanto Vinícius e mais duas pessoas vestiam túnicas preta com faixa branca por cima. “O destaque era diferente porque tínhamos mais funções na santa missa”.
No dia da missa, uma multidão esperava ansiosa a presença do Papa e aguardava para receber a benção. Mas, antes do evento iniciar, João Paulo aproveitou para cumprimentar os coroinhas. “Deu a benção e uma sacolinha com um terço. Ficou numa sala com ar condicionado, onde tinha fruta, comida, e a gente estava na sala ao lado dele. No final da missa, ele quis tirar foto conosco”.
Vários registros foram feitos e o mais inesquecível de todos, é a foto em grupo, onde Vinícius aparece perto do Papa. “Se pôs ao meu lado, colocou uma mão no meu ombro e na outra, segurava o crucifixo. Foi uma sensação diferente, de poucas que tive ao ver quem admirava”, comenta.
Em outra imagem, ele aparece recebendo do Papa uma hóstia e numa terceira fotografia, está pegando na mão do João Paulo e sendo tocado na cabeça por ele. Os momentos marcaram para sempre a vida daquele menininho, que nem mesmo conseguia explicar a emoção que estava sentindo.
Por volta dos 15 anos, Vinícius se afastou da religião. “Queria fazer outras coisas. Hoje sou cristão, mas não costumo frequentar muito a igreja”. No entanto, continuou acompanhando o trabalho do Papa e fala da época que Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, assumiu a liderança em abril de 2005, após o falecimento de João Paulo II.
“Quando teve a transição, ocorreu uma ruptura porque eram diferentes. O Bento era mais conservador e teve um papado curto. A troca para o Papa Francisco me animou porque acredito muito no papel que faz. É um trabalho parecido com que João Paulo fazia, mas numa roupagem mais moderna. Sou fã dele, o acho espetacular e tenho sonho de conhecê-lo”, finaliza.
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