Gabi teve 7 paradas cardíacas e ouviu que não viveria, mas chegou aos 15
Alegria de mãe foi comemorar os 15 anos da filha, que recebeu expectativa de vida até os 3 anos
A luta de Gabi pela vida começou em seu nascimento prematuro de 6 meses. Depois vieram sete paradas cardíacas, quatro meses de UTI e uma expectativa de vida somente até os 3 anos. Neste fim de semana, a menina com paralisia cerebral celebrou com a família 15 anos de vida. Debutou como merecia e fez o coração de uma mãe tão guerreira quanto ela transbordar de alegria.
Nas palavras da mãe Jéssica Franco Domingues, de 31 anos, a filha é “luz e vida” no dia a dia da família. A cada aniversário vem a lembrança de um diálogo cheio de incerteza com os médicos, mas eles somem com o sorriso cheio de felicidade de Gabi.
E foi essa chance de celebrar a vida e o tratamento que recebeu no dia do aniversário da filha que fez Jéssica publicar um relato na internet, que rendeu mais de 300 comentários de pessoas emocionadas com a história da menina.
Na última semana, Jéssica decidiu jantar com Gabi e alguns familiares em uma lanchonete da Avenida Bom Pastor e ficou admirada pela forma como a filha foi tratada com respeito. Apesar dos gestos e da acessibilidade oferecida serem o mínimo que uma pessoa com deficiência merece, a mãe decidiu falar do momento como forma de fazer um alerta sobre a importância de acessibilidade e sensibilidade com pessoas com deficiência.
“Eu faço de tudo com a Gabi, a levo para todos os lugares, mas nem sempre somos bem recebidos. Eu sei que respeito é o mínimo que as pessoas podem ter, mas já cansei de chegar em lugares e receber olhares até de mesas vizinhas, que se incomodam com a presença de uma pessoa com deficiência”, relata a mãe.
Gabi não se movimenta sozinha e precisa de auxílio na hora de se alimentar, e nesse momento é que a mãe percebe os olhares. “As vezes ela está comendo e cai algo da boquinha dela, as pessoas olham com nojo e nem disfarçam o olhar. Para uma mãe, isso é muito doloroso”, desabafa.
Mas Jéssica não se deixa abater e luta com Gabi em todos os lugares, mesmo diante de um preconceito que insiste em machucar. “Eu já ouvi de pessoas na rua que a minha filha é retardada, já ouvi pessoas de igreja dizendo que crianças com deficiência é uma aberração, mas eu não vou deixar que isso impeça a Gabi de viver, ser feliz e curtir momentos felizes com a gente”.
Segundo Jéssica, ser mãe de uma criança com deficiência é difícil quando o coração aperta toda vez que a filha sofre um preconceito, mas também é motivo extra para lutar todos os dias. “Eu luto pela vida da Gabi desde o nascimento dela. Eu tinha 17 anos quando ela nasceu e depois de meses na UTI eu escutei dos médicos que eu poderia optar por desligar os aparelhos, mas eu não quis, eu escolhi ter esperança pela vida dela e hoje ela comemora 15 anos”.
Por isso, a mãe abre o coração sempre que pode para falar da filha. “É uma forma de acolher as outras famílias. O que eu quero é que a esperança chegue a todas as mães de filhos com deficiência e que lutemos juntos pelos direitos e acessibilidade”, diz a mãe.
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