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Comportamento

Gêmeos nascem no Dia dos Pais, após vigília de Gilmar no hospital

Mesmo sem precisar, ele ficou do lado de fora do centro obstétrico para transmitir segurança à mãe

Cassia Modena | 13/08/2023 11:10
Pai faz carinho na mãe e nos dois bebês, sonhados há anos (Foto: Juliano Almeida)
Pai faz carinho na mãe e nos dois bebês, sonhados há anos (Foto: Juliano Almeida)

Serena e pacientemente, o tratorista Gilmar Jorge da Silva frequentou por três dias o centro obstétrico do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul antes de os filhos gêmeos nascerem, na manhã deste domingo (13) de Dia dos Pais. A vigília dele teve uma razão especial, que não é ansiedade pela chegada dos bebês.

Sentado nos bancos de espera desde a quinta-feira anterior, ele não era desses acompanhantes inquietos, que mexem os pés sem parar, andam de um lado para o outro e conferem o celular de minuto a minuto. Gilmar colocou na cabeça que ficar calmo era o melhor que poderia fazer pela família, e assim fez.

"Estou aqui para deixar ela mais segura. Dar tranquilidade a ela, para correr tudo bem", disse Gilmar, quando já era reconhecido pelos funcionários que entravam e saíam do centro obstétrico. Foi iniciativa do próprio pai se antecipar e passar dias ali.

Samuel e Sâmila vieram ao mundo na manhã de hoje (Foto: Arquivo de família)
Samuel e Sâmila vieram ao mundo na manhã de hoje (Foto: Arquivo de família)

Teve curiosidade para conhecer os filhos, ainda mais ganhando dois de presente de uma vez, aos 47 anos de idade. Para completar, eles vieram numa data marcante. "É meu sonho. Eu já sabia que ia ser pai, lá atrás eu já sabia. Quando a gente descobriu que ela estava grávida, chorei de felicidade. Coloquei a mão na barriga dela no comecinho e falei que podia vir dois bebês", diz, desconfiando que profetizou a paternidade.

No hospital, o tratorista fez refeições como acompanhante e tinha a opção de sair quando quisesse. Ele tem parentes morando perto do hospital e dormiu na casa deles, mas preferiu não arredar o pé de perto da esposa na maior parte do tempo. "É papel de pai isso também", inclui.

Primeiros filhos biológicos vieram aos 47 anos do tratorista (Foto: Juliano Almeida)
Primeiros filhos biológicos vieram aos 47 anos do tratorista (Foto: Juliano Almeida)

Gestação de risco - A mãe, Dalva Xavier, veio com o marido de Bonito. Eles moram lá junto aos outros quatro filhos que ela já tem, mas vieram para o hospital de Campo Grande por recomendação médica. Era melhor ter os gêmeos num local que fosse referência para gestação de risco. A grávida tem diabetes e recebeu acompanhamento especial.

Samuel e Sâmila, os primeiros filhos do casal, nasceram após uma cirurgia cesariana, opção feita por causa da comorbidade dela. Antes de ter os bebês, ela confirmou que ter o pai perto a deixou sossegada. "Sei que ele está aqui fora e fico mais calma", disse Dalva.

Dalva e Gilmar se conheceram na igreja há um ano. Ela é indígena, da etnia Kadiwéu, e o tratorista abraçou com afeto as diferenças entre eles e a família que ela já tinha.

Dalvi e Gilmar tranquilos, dois dias antes do parto (Foto: Juliano Almeida)
Dalvi e Gilmar tranquilos, dois dias antes do parto (Foto: Juliano Almeida)

Pai carinhoso - Para os quatro enteados, de 14, 13, 10 e 2 anos, Gilmar é um ótimo pai, atesta Dalva. "Já é um pai carinhoso. Às vezes chamam ele em vez de mim", ela conta.

Para o agora pai de seis, faz parte da paternidade dar esse carinho e a segurança que deu para Dalva no hospital e promete continuar dando em casa. "Ser pai é ser exemplo, educar, dar conselho, não 'judiar' e tratar bem", define.

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